Os que estão brigados com suas mães podem aproveitar para fazer as pazes, pois briga entre filhos e mãe é ótimo |
HOJE É Dia das Mães, e ficou combinado que os filhos, além de comprarem um presente para suas progenitoras, devem levá-las para almoçar.
Jantar não vale: tem que ser almoço, por isso as filas dobram o quarteirão em volta dos restaurantes, sobretudo das churrascarias, para os que gostam de sofrer. Como nenhum filho ousa sugerir pedir uma pizza para comerem em casa, é a homenageada -a mãe- quem vai para a cozinha, depois de ter passado o sábado fazendo compras para fazer o prato preferido de seu querido filho. Isso é que é um Dia das Mães.
Mas e os que não têm mãe? Existem os que sofrem muito nesse dia, lembrando da mãe, e acho quase uma maldade dar tanto valor a essas datas quando penso nessas pessoas. Elas ficam deprimidas, algumas choram, e não sabem o que fazer num dia como hoje. Mas se esquecem de que, enquanto ela era viva, quantas vezes poderiam ter ido vê-la e não foram, porque estavam com uma namorada nova, quantas vezes poderiam ter levado uns chocolates para ela -mãe adora chocolates- e não levaram, e no dia de hoje ficam amargando uma tristeza de dar dó. E há também as que estão em uma cidade distante, onde o filho não poderá ir, e tudo vai se resumir a um telefonema dizendo "Feliz Dia das Mães, mãe", e ponto final.
E aqueles que estão brigados com suas mães -ou você acha que isso não existe?- podem aproveitar para telefonar e fazer as pazes, pois briga entre filhos e mãe é ótimo. Eu, como mãe, tenho às vezes vontade de esganar os meus. Aí, passa, nem sei como, a gente esquece -esquece mesmo- e volta a adorá-los tanto quanto adorava antes. E melhor ainda: nunca se toca no assunto da briga, porque tudo já está mais do que esquecido.
Mãe é para se gostar todos os dias; não é preciso ter um dia especial para mostrar o amor que se sente por ela. E depois tem o Dia dos Pais e o das Crianças, e não sei como ainda não inventaram o Dia do Filho, acho que é porque esse não precisa. Qual a mãe que não larga tudo que está fazendo para atender ao telefonema do filho e fazer tudo que ele pedir -sim, porque a maioria deles, quando liga, não é de saudades, mas para pedir alguma coisa, que a gente, aliás, faz correndo, feliz da vida.
Quem não tem mãe pode esquecer do assunto entrando num cinema para ver um musical às 3h da tarde, dando antes uma olhada nos restaurantes, feliz da vida de não estar lá dentro. Porque para festejar o Dia das Mães, os filhos adultos costumam levar também seus próprios filhos, e aí qualquer churrascaria vira a sucursal do inferno.
Mas se você é chegado a uma rebeldia, e tem uma mãe que te entende, proponha festejar o dia almoçando com ela amanhã; vocês poderão conversar em paz e, na saída, antes de levá-la em casa -pelo menos nesse dia você não vai botá-la num táxi, vai?-, passe por uma butique bacana e diga para ela escolher um presente. Quem sabe um biquíni?
Ela vai rir, dizer que não tem mais idade, você vai insistir, ela vai acabar escolhendo uma echarpe, toda feliz, e terão, os dois, escapado da famosa dat