Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Na casa de Sarney, tropa de choque ri do 'pobre relator'

Renan comemora salvação do mandato ao lado do ex-presidente, um dos articuladores da estratégia

Eugênia Lopes e Rosa Costa, Brasília

Depois da absolvição, Renan Calheiros (PMDB-AL) foi direto para a casa do senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) no Lago Sul - considerada o centro do poder do PMDB em Brasília. Ali, Renan foi recepcionado por meia dúzia de peemedebistas. Em setembro, quando foi absolvido no caso Mônica Veloso, a comemoração foi na casa da filha de Sarney, a líder do governo no Congresso, Roseana Sarney (PMDB-MA).

Sonoras gargalhadas eram ouvidas do lado de fora da casa. Renan, segundo um dos comensais, mais de uma vez se referiu ao senador Jefferson Péres (PDT-AM), que pediu sua cassação no Conselho de Ética, com a expressão “pobre relator”. O senador alagoano passou boa parte da comemoração ao telefone, agradecendo os votos que garantiram sua salvação.

Experiente em processos e renúncias, o ex-presidente do Senado e hoje deputado Jáder Barbalho (PA) marcou presença na festa. Pouco depois, juntaram-se aos convivas o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), e Roseana.

Cotado para assumir a vaga de ministro de Minas e Energia na cota do PMDB, Edison Lobão (MA), bateu ponto na casa do padrinho Sarney e do aliado Renan. Integrante da cota do parlamentar alagoano na administração federal, o ex-senador Sérgio Machado (CE), hoje no comando da Transpetro, chegou por volta de 23 horas.

CARTA

Foi o trabalho de convencimento de Sarney que pesou para Renan optar pela renúncia. Ele ponderou para o alagoano que, se relutasse, poderia perder não apenas o comando da Casa, mas também o mandato. Segundo parlamentares, o próprio Sarney ajudou Renan a preparar a carta de despedida.

Um aliado do parlamentar alagoano conta que ele chegou à Casa com a carta pronta. A dúvida é se apresentaria no decorrer da sessão de ontem ou no fim da licença do cargo, no dia 29 de dezembro. A decisão teria sido tomada depois de convencido de que não poderia dar como certo votos da oposição e até do PT.

Sarney foi um dos poucos que se reuniram a sós com Renan. Depois dele, o ex-presidente foi visitado por Jucá e Valdir Raupp (PMDB-RO), além de Roseana.

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