Entrevista:O Estado inteligente

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Sucesso de leilão indica que 2008 será o ano da 3G

Banda larga no celular

Com o leilão das concessões 3G, o Brasil avança
na era da conexão móvel com a internet

Divulgação

A evolução da telefonia móvel é sinalizada por gerações. A primeira foi a analógica. Servia para comunicação de voz. A segunda, a digital com banda estreita, tornou possível a troca de arquivos com músicas ou pequenos vídeos. A terceira é a da banda larga. Permite ao celular manter uma conexão em alta velocidade com a internet. Nos últimos dois anos, a tecnologia 3G tornou-se dominante no Japão e na Coréia do Sul e se expande rápido na Europa, nos Estados Unidos e na Austrália. No Brasil, redes desse tipo engatinham. Isso mudará em 2008. Leilões de novas freqüências do espectro eletromagnético – pelo qual circulam os sinais de 3G –, realizados na semana passada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mostraram o entusiasmo das operadoras com a tecnologia. Os 36 lotes para a operação do serviço, colocados à venda por 2,8 bilhões de reais, foram arrematados por 5,3 bilhões de reais – 86% acima do valor mínimo.

Com a tecnologia 3G, as operadoras querem melhorar a receita, oferecendo um maior número de serviços. O sistema possibilita até a oferta de comodidades antes desconhecidas, como a navegação por GPS no celular (veja outros exemplos no quadro acima). Para o consumidor, essa oferta – num ambiente de concorrência – só traz vantagens. Além de um uso mais eficiente do celular na internet, será possível a conexão de banda larga sem fio também para notebooks ou desktops. As ligações nesse caso são feitas por pequenos modems, conectados com os computadores. A Claro, que oferece banda larga por celular desde novembro em 37 cidades brasileiras, cobra entre 70 e 100 reais mensais pelo serviço. A Telemig tem preço semelhante na região metropolitana de Belo Horizonte. A Vivo, que dispõe de uma rede 3G, mas mais antiga, cobra entre 40 e 140 reais.

Em geral, os aparelhos 3G têm duas câmeras, uma delas para videoconferência. Seis celulares são oferecidos pela Claro. O LG MU500, entre os mais baratos, custa 230 reais. O mais caro é o Palm Treo 750, por 1.350 reais. A Telemig e a Vivo têm um aparelho cada uma. Com o leilão da semana passada e a maior oferta de 3G, a tendência é que os preços despenquem. Isso ocorreu na Inglaterra. Em 2005, a Vodafone vendia pacotes de banda larga 3G para computadores por 140 dólares. Hoje, cobra 50 dólares. Para o Brasil, onde as conexões rápidas com a internet alcançam menos de 15% das residências, a expansão das redes 3G oferece uma alternativa animadora.

Um telefonema a custo zero

As redes móveis de terceira geração (3G) permitem que os celulares façam chamadas telefônicas pela internet. A vantagem desse sistema: o telefonema sai mais barato ou, em alguns casos, é grátis. Para isso é preciso usar o Skypephone (foto), lançado em outubro na Europa. O aparelhinho, com câmera de 2 megapixels e MP3, é a versão móvel do Skype. As chamadas não são cobradas quando feitas para outros usuários do serviço. A tecnologia empregada é a de voz sobre protocolo da internet (VoIP, na sigla em inglês). Ela começou a crescer em 2004 e tende a dominar a telefonia. A qualidade das ligações móveis ainda deixa a desejar, mas a economia compensa. Um pacote do Skypephone pode custar 24 dólares. Dá direito a 100 minutos de ligações convencionais, além das chamadas gratuitas do Skype.

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