O ESTADO DE S PAULO
Com o reforço de capital dos maiores bancos americanos, um passo enorme está sendo dado nos Estados Unidos para deixar a crise para trás. Mas a mãe de todos os problemas ainda está para ser equacionada.
Ontem, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Tim Geithner, e o presidente do Federal Reserve (o banco central americano), Ben Bernanke, afinal anunciaram oficialmente os resultados do teste de estresse a que foram submetidos 19 bancos que correspondem a 66% dos ativos bancários e a 50% do crédito no país. (Esse teste verificou o quanto de calote os bancos são capazes de suportar e, em consequência disso, quanto de mais capital precisam.) E o que se viu é que o problema dos bancos não parece grave. Essa também vem sendo a percepção dos mercados, que há dois meses vêm reagindo com alta das cotações das ações dos bancos (veja tabela).
Os bancos são a caldeira da locomotiva do sistema produtivo porque produzem a força motriz chamada crédito. Foi essa caldeira que emperrou e meteu o mundo inteiro na crise. Como se espera agora que as caldeiras bancárias estejam sendo reparadas, pode-se imaginar que um pedaço importante do problema esteja resolvido. Uma vez saneado, o sistema bancário americano poderá agora deixar de emperrar a economia global e voltar a contribuir para a recuperação da confiança, do crédito e da atividade econômica.
Os 10 bancos que precisam de reforço de capital (que é de apenas US$ 74,6 bilhões) têm agora três opções: ou repassam ativos (ou negócios) para o setor privado; ou tratam de buscar mais capital entre seus acionistas; ou, então, apanham os recursos colocados à disposição por meio de lei aprovada pelo Congresso.
Está descartada a quebra de um banco desses, uma vez que está em vigor o consenso de que banco grande não pode quebrar. (O Lehman Brothers foi um caso à parte que tem lá sua explicação. O enorme estrago produzido pelo seu naufrágio é, por si só, garantia de que não se repetirá.)
Apesar do avanço obtido com a solução encaminhada para os bancos, não dá para garantir que a crise se dirija para o fim. Talvez se possa afirmar apenas que fica difícil piorar. Avançar mais do que isso depende do controle que os governos obtiverem de inúmeras variáveis. Uma delas consiste em determinar o que, afinal, terá provocado o emperramento das caldeiras, de modo a evitar que isso se repita.
Há excessiva liquidez nos mercados, o que pode provocar novas bolhas; os enormes desequilíbrios nos fluxos internacionais de pagamento, como a situação dos Estados Unidos e da China comprovam amplamente, continuam sem solução; o déficit orçamentário dos Estados Unidos está em grande expansão e exige cada vez mais financiamento externo; o dólar já não inspira a mesma confiança na sua função de moeda internacional de reserva; a política monetária dos grandes bancos centrais não conseguiu evitar o desastre e, no momento, não há nada para colocar no lugar dela; e nenhum avanço significativo foi dado em direção ao tão reclamado reforço de regulação dos bancos.
Tudo isso tem muito a ver com as origens da crise. E ainda não tem conserto.
Confira
Apressado come cru - O Banco Central mostrou que a captação líquida das cadernetas no primeiro quadrimestre de 2009 foi negativa em R$ 1,5 bilhão. Ou seja, não há uma corrida dos investidores para elas.
Enquanto isso, a oposição tira proveito da precipitação do governo. Ontem, o PSDB, o PPS e o DEM condenaram as possíveis mudanças.
E o diretor presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, em vez de pedir redução de imposto na renda fixa para equalizar a tributação com o exterior, pediu confisco de parte dos rendimentos da caderneta via criação de imposto.
Entrevista:O Estado inteligente
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