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domingo, setembro 21, 2014

Arminio Fraga: "No genérico", plano econômico de Marina não tem diferença de Aécio | GGN

Arminio Fraga: "No genérico", plano econômico de Marina não tem diferença de Aécio | GGN

Arminio Fraga: "No genérico", plano econômico de Marina não tem diferença de Aécio

Atualizado em 21/09/2014 - 09:30

Jornal GGN - Em entrevista ao Jornal O Globo, o economista de Aécio Neves (PSDB), Arminio Fraga, confirmou que as ideias de Marina no plano econômico não tem diferenças das de Aécio. "Vamos ver na prática se ela for eleita", completou.

Sobre a teoria do Banco Central independente, no papel de ambos os candidatos a presidência, o economista afirma que é um "absurdo o que fizeram para atacar" a candidata do PSB, e argumentou que Aécio nem tentou desmontar os argumentos do PT de que essa autonomia só interessa aos bancos.

Disse, ainda, que atual modelo econômico só faz remendos e que "não dá para o governo só fazer bondade".

De O Globo

Chefe da equipe econômica do candidato à Presidência Aécio Neves promete acabar com fator previdênciário de 'forma responsável'

Por Alexandre Rodrigues e Clarice Spitz

RIO — Em busca de um lugar no segundo turno, Aécio Neves (PSDB), prometeu uma "forma responsável" de acabar com o fator previdenciário. Em entrevista ao GLOBO, o chefe da equipe econômica dele, Arminio Fraga, diz que é possível, mas só se economia crescer.

Ainda acha possível para Aécio chegar ao segundo turno?

Claramente não é fácil, mas é possível uma concentração da atenção do eleitor na reta final. Aécio está tentando se diferenciar de Marina, mas a postura é muito diferente da do PT, que é até truculenta.

Qual é o desafio da economia no longo prazo?

Fazer conta, encarar a realidade e, se for preciso, fazer algum ajuste. É uma ilusão postergar tudo. Não dá para (o governo) só fazer bondade. A gente não consegue transformar o Brasil numa Noruega por decreto. Vamos ter que trabalhar muito, educar muito. É preciso fazer o melhor uso possível dos recursos em vez de colocar um remendo aqui ou ali e esperar as coisas se resolverem.

Mas Aécio promete várias bondades, como o fim do fator previdenciário. Não é contraditório com seu diagnóstico?

Salário mínimo e Previdência são questões importantes no longo prazo, que precisam ser discutidas, mas precisamos ver o todo. Só ficar listando bondades já sabemos que não dá certo. É possível mexer no fator previdenciário? É, mas não tem dinheiro sobrando. Só vai ter se o Brasil crescer. O modelo atual não está funcionando. Quer mais dinheiro para fazer bondade? Organiza a economia para crescer. O crescimento permite esse tipo de coisa. Posso querer distribuir mais dinheiro para os mais velhos agora, mas vou tirar das crianças? É de opções que estamos falando. Não é possível ter tudo ao mesmo tempo. Com uma economia mais arrumada, que possa crescer mobilizando o capital privado, é possível distribuir mais porque teremos mais. Mas não podemos ter medo de arrumar a casa.

O ambiente eleitoral dificulta o debate econômico?

Dificulta totalmente. A tentação populista é enorme. Isso precisa de alguma forma ser enquadrado. Mas o que atrapalha é o populismo, não as eleições, que é um momento glorioso da democracia. Por favor, registra isso porque, com o grau de mentira que há nesse debate hoje, o pouquinho que chegou perto de mim me deixou enojado.

Por que um candidato como Aécio não consegue desmontar argumentos do PT como o de que um BC independente só interessa aos bancos?

Acho que ele nem tentou.

Deveria?

Talvez. É um absurdo o que fizeram para atacar Marina, que falou em BC independente, mas certamente pensando no modelo de autonomia, como uma agência de governo.

Qual a sua opinião?

Sempre defendi autonomia operacional do BC como um bom modelo. Inflação baixa é um bem público. Aécio já deixou claro que vai, logo de cara, dar ao BC autonomia para perseguir uma meta de longo prazo que ele vai determinar. Ele não é fechado a transformar em lei (depois).

Marina se cercou de economistas com ideias parecidas com as do PSDB. Há uma diferença clara em relação a Aécio nesse campo?

No genérico não. Vamos ver na prática se ela for eleita. Essas ideias não são propriedade de ninguém, né? Vamos parar com essa história...

Participaria de um governo dela?

Estou totalmente comprometido com Aécio, a campanha está viva. Se ele por acaso não chegar lá, não pretendo ir para o governo.

O que investidores internacionais com quem fala pensam de Marina?

Não há opinião formada. Há curiosidade sobre como ela governaria sem base política, essa ideia de maiorias temáticas e gestos na direção de democracia direta.

Para o mercado, o mais importante é Dilma não se reeleger?

Essa é a força dominante. E não só no mercado financeiro. É uma percepção da economia como um todo.

Sem Aécio, Marina é melhor que a reeleição da Dilma?

Pelas pesquisas, é a opinião da maioria. E certamente é a minha.



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