- 01/11/11
Numa infernal inversão de valores, servidores públicos pagos para garantir a segurança da população chefiam grupos paramilitares armados que extorquem dinheiro do povo em troca de serviços e se envolvem em assassinatos. Reportagem do GLOBO domingo mostrou que as chamadas milícias, frequentadoras assíduas das páginas policiais da imprensa carioca, atuam em pelo menos 11 estados brasileiros. Como no Rio, frequentemente há conluio de políticos com esses grupos, que multiplicam seus ganhos com ações espúrias.
Há também o caso de políticos que, por tentarem investigar a atuação das milícias, acabam em sua alça de mira. No Rio, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da CPI das Milícias, concluída em 2008, tem recebido ameaças. A maioria das 225 pessoas denunciadas e indiciadas pelo Ministério Público, entre elas deputados e vereadores, está presa.
A ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça, do CNJ, alertou que as milícias estão por trás da maioria dos casos de violência contra magistrados brasileiros. Em agosto, a juíza Patrícia Acioli, da 4a- Vara Criminal de São Gonçalo, RJ, foi executada por homens armados quando chegava em casa, em Niterói. Patrícia investigava crimes cometidos por policiais em São Gonçalo e atividades da máfia das vans. A Justiça decretou a prisão de 11 policiais militares envolvidos na execução da juíza, inclusive o tenente-coronel Claudio Luiz Silva de Oliveira, ex-comandante do 7o- Batalhão da Polícia Militar (São Gonçalo) e apontado como mandante do crime.
Além do Rio de Janeiro, as milícias estão organizadas em São Paulo, Minas, Bahia, Espírito Santo, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Alagoas e Pará, conforme a reportagem. Sua atuação é majoritariamente urbana, mas também agem no meio rural, contratadas por grileiros e fazendeiros, como no Pará e em Mato Grosso do Sul. Nas áreas urbanas, geralmente oferecem às comunidades proteção contra traficantes e bandidos, dos quais se livram sumariamente, usando homens, tempo, métodos e armas do poder público. Em seguida, tornam-se eles mesmos um perigo para a sociedade, passando a ameaçar todos os que não aceitam suas “regras” para receber “serviços” como forneci mento de gás, acesso à internet, etc.
O combate às milícias é uma das prioridades da Secretaria de Segurança do Estado do Rio. Esta também tem de ser a postura das secretarias dos demais estados brasileiros, com destaque para os outros dez onde os paramilitares comprovadamente já atuam. O problema não é de fácil solução, uma vez que viceja na banda podre das polícias e se ramifica nos descaminhos dos Legislativos estaduais. O combate a essa praga nacional exige a atuação decisiva do Poder Executivo federal em ajuda às autoridades dos estados para estancar e fazer retroceder a infiltração desses marginais nos aparelhos policiais. A existência das milícias é duplamente cruel para com cidadãos dos quais se cobram impostos elevados para receber serviços do Estado e que, se não pagarem também essa outra “tarifa”, podem sofrer o impensável nas mãos de quem deveria protegê-los.
Entrevista:O Estado inteligente
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