Dominique Strauss-Kahn mal deixou o posto de diretor- gerente do FMI e
a corrida pela sucessão já foi lançada.
Quem vai herdar o esplêndido cargo de "grande financista"? Não será
fácil substituir Strauss-Kahn que, ao assumir o FMI num estado de
torpor em novembro de 2007, em três anos dotou a instituição de
músculos, cérebro, nervos e um pouco de coração. Se DSK em matéria de
mulheres não se comporta muita bem, devemos admitir que como
financista está acima de qualquer crítica.
Na realidade, a questão que se coloca não é quem vai substituir DSK,
mas que continente sucederá a Europa na chefia do FMI? Desde a sua
criação (1944 em Bretton Woods) uma regra tácita reservava o Banco
Mundial aos EUA e o FMI a um europeu. Essa divisão se justificava em
1944. Hoje, não mais. Enormes potências surgiram, como China, Índia e
Brasil, e uma ideia começou a criar raízes, de que o monopólio da
Europa sobre o FMI poderia ser contestado.
Entre os argumentos apresentados para um europeu conservar o excelente
posto do FMI, ouvimos: suponhamos que o FMI seja chefiado por um
chinês, um indiano ou um brasileiro. Essa pessoa será levada a
examinar as finanças dos países europeus. Poderá propor uma ajuda, mas
vai impor exames mais acurados, planos de austeridade. E vai lhes dar
uma "lição de moral". Imaginem que vergonha, que humilhação: um país
da velha e nobre Europa sendo controlado e repreendido por um chinês,
um indiano ou um brasileiro! Vergonha!" / TRADUÇÃO DE TEREZINHA
MARTINO