Entrevista:O Estado inteligente

sábado, abril 12, 2008

RUY CASTRO Pela primeira vez

Pela primeira vez RIO DE JANEIRO - Em 1962, Vinicius de Moraes estreou em livro como cronista, com a publicação de "Para Viver um Grande Amor". Os que já o adoravam como poeta sentiram que, se quisesse, ele sustentaria um mano a mano com os então bambas do gênero: seus amigos Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino e Elsie Lessa.
Foi também em 1962 que Vinicius escreveu suas últimas canções com Tom Jobim -"Ela é Carioca", "Só Danço Samba", "Garota de Ipanema" -e as primeiras com Baden Powell: "O Astronauta", "Consolação", "Samba da Bênção". E em que produziu belezas em série com Carlos Lyra, como "Primavera", "Minha Namorada", "Marcha da Quarta-Feira de Cinzas" e outras.
Idem, em agosto daquele ano Vinicius subiu pela primeira vez a um palco para cantar: o da boate Bon Gourmet, em Copacabana, no show "O Encontro", com Jobim, João Gilberto e Os Cariocas. Semanas antes, aplacando uma velha paixão pelo cinema, ele dirigira um filme, "Azul e Branco", um curta-metragem sobre os azulejos de Portinari no Ministério da Educação, no Rio.
Sempre em 1962, Vinicius juntou-se a dois de seus heróis na música brasileira: Ary Barroso, com quem compôs "Rancho das Namoradas", e Pixinguinha, de quem foi parceiro em doze canções para o filme "Sol sob a Lama", de Alex Vianny, entre elas o choro "Lamento" e o samba "Mundo Melhor". E, quase na virada para 1963, gravou seu primeiro LP como cantor: "Vinicius & Odette Lara", inaugurando o selo Elenco. Grande ano de estréias para Vinicius.
Mas o destino não deixa barato. Ao ir embora, 1962 marcou também o fim de seu casamento com a mulher que, segundo dizem, ele mais amou: a bela, culta e fina Maria Lucia Proença, musa de "Para Viver um Grande Amor". Tristeza não tem fim, felicidade, sim.

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