Entrevista:O Estado inteligente

sábado, abril 05, 2008

Prefeito do Recife defende terceiro mandato para Lula

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De Ricardo Miranda no Correio Braziliense:

No dia em que novas denúncias envolvendo a Casa Civil da ministra Dilma Rousseff com o escândalo dos cartões corporativos foram divulgadas, o prefeito de Recife, João Paulo Lima e Silva, membro da Executiva Nacional do PT, defendeu veementemente a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que garantiria ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a chance de voltar ao páreo e disputar um terceiro mandato. João Paulo acha que é hora de o PT assumir de vez a bandeira do terceiro mandato, porque, diz ele, há um clamor popular nesse sentido. (RM)

O senhor defende o terceiro mandato...

Trabalhamos com a perspectiva de que podemos apoiar a PEC do terceiro mandato, que será fundamental para o Brasil. Acho que foi normal quando se defendeu um segundo mandato para Fernando Henrique Cardoso, por isso vamos apoiar um terceiro mandato para o presidente Lula para dar continuidade à grande revolução social que ele está fazendo.

A bandeira da PEC é uma luta isolada de algumas poucas pessoas dentro do partido ou já conta com apoios de peso?

Não tratei disso diretamente com o presidente Lula em nossa conversa (semana passada, em Recife). Mas acredito que, pelo momento extraordinário que o Brasil está vivendo, pelo nível de estabilidade, não podemos arriscar perder este momento da história política e econômica do Brasil. Um filho do povo fazendo uma extraordinária gestão, dando estabilidade financeira ao Brasil, gerando empregos, levando o desenvolvimento a patamares que há muito não se via.

Mas vocês já combinaram isso com o presidente?

O presidente até hoje tem se colocado como um soldado do partido e tem o sentido de missão. Acredito que ele será sensível ao clamor não apenas do PT, mas dos partidos que essencialmente formam sua frente. Entendemos que a Presidência da República tem um nível de stresse muito grande, muita tensão, onde se percebe claramente o que nós chamávamos na ditadura militar de "ódio de classe", onde se vê setores do DEM e do PSDB com o preconceito estampado em cima do presidente.

Hoje, sem um terceiro mandato, fala-se que a ministra Dilma seria o nome favorito do partido.

O partido ainda não acumulou uma discussão mais profunda sobre esse tema. Mas o terceiro mandato de Lula é o plano A; Dilma é o plano B; e o plano C é quem Lula indicar.

Um terceiro mandato agora não seria um golpe?

Golpe "eles" deram na ditadura militar, aquilo era golpe. Se o terceiro mandato fosse um golpe, golpe maior teria sido o segundo mandato de Fernando Henrique. Qual a diferença? Não podemos fazer política com dois pesos e duas medidas.

(Comentário meu: A discussão, agora, do terceiro mandato para Lula é uma manobra urdida dentro do Palácio do Planalto para dividir a luz dos refletores da mídia com o escândalo do dossiê contra FHC, dona Ruth Cardoso e ex-ministros do governo passado.

Foi encomendado a vice-presidente José Alencar que ele defendesse o terceiro mandato para Lula - e ele o fez em entrevista à Rádio Bandeirantes. À entrevista de Alencar segue-se a do prefeito do Recife.

Isso não quer dizer que a discussão sobre o terceiro mandato seja apenas uma manobra de ocasião. Longe disso. Como observa o próprio prefeito, Lula sempre se comportou como um "soldado do partido" - pelo menos até se eleger. E se o partido chegar no próximo ano sem um nome forte para disputar a sucessão dele, tentará convencê-lo a estimular a aprovação de uma emenda à Constituição que lhe conceda a chance de concorrer a um terceiro mandato.

Escrevi uma vez aqui e repito: a candidatura de Dilma é "laranja" da candidatura de Lula a um terceiro mandato - em 2010 ou 2014) RICARDO NOBLAT

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