O dólar é só uma parte — e talvez nem seja a maior — dos desafios que o nosso comércio internacional enfrenta neste momento. Problemas de logística, greve dos auditores fiscais e a complicada China. Um relatório preparado pela CNI, que será divulgado na segunda-feira, mostra que 76% do que o Brasil exporta para lá são produtos básicos, enquanto 95% dos itens chineses que entram aqui são manufaturados.
Exportar commodities não é demérito. Essa sempre foi uma idéia muito difundida, mas que não é verdadeira.Hoje, as commodities são parte fundamental da economia, e países desenvolvidos, como Canadá, Austrália, Estados Unidos, são grandes produtores de commodities. Porém há problemas nesta relação Brasil-China. A China está longe de ser um país de alta tecnologia, que se transforme, assim, num fornecedor de tantos manufaturados capazes de encher uma pauta inteira de exportação para o Brasil. E, segundo, sua voracidade no consumo de commodities é desequilibradora em todos os sentidos.
O comércio com a China tem crescido e tem vantagens.
Uma delas é que, nos últimos anos, a China exportou deflação para o Brasil e para o resto do mundo.