18.4.2008
| 8h04m
Comentário
Diante de farda, Lula costuma amarelar
Se o Comandante Militar da Amazônia pode criticar de público e em termos candentes a política indigenista do governo por que o Comandante do Exército, por exemplo, não pode criticar de público a política do governo em relação às Forças Armadas?
Digamos que um militar da ativa seja especialista em política externa - e deve existir algum por aí que é, imagino. Por que ele não pode criticar de público a política externa do governo?
Porque militar na ativa não deve criticar nem elogiar políticas de governo. Não lhe cabe tal papel. Fere os códigos que regulam o comportamento dos militares.
Com farda e poder de fogo, militar não é igual a civil.
Lula perdeu seu antigo ministro da Defesa José Viegas, atual embaixador do Brasil na Espanha, por causa de um ato de indisciplina cometido por subordinados do então Comandante do Exército. E com o conhecimento prévio do Comandante.
O ato de indisciplina: a divulgação de uma nota oficial que comentava as circunstâncias que envolveram o assassinato do jornalista Vladimir Herzog em uma cela de quartel do Exército durante a fase mais dura da ditadura militar inaugurada no Brasil em 1964.
O ministro pediu a demissão do Comandante. Lula amarelou. O ministro então pediu demissão.
Tudo indica que Lula vai amarelar outra vez.
Pediu ao Comandante Militar da Amazônia que explicasse melhor suas críticas.
Desnecessário. As críticas foram claras e aparentemente procedentes - mas não é isso o que importa.
Lula Implora a Deus para que as explicações atenuem as críticas. Assim encontrará uma desculpa para não punir o Comandante.
Quanto ao Movimento dos Sem Terra, esse não precisa dar explicações. Pode continuar invadindo terras públicas e do governo e desrespeitando a lei. Lula entende.
(Alguém viu o ministro da Defesa por aí? Sim, aquele que vestiu farda outro dia e se abraçou com uma sucuri gigante?)