O Estado de S. Paulo |
15/4/2008 |
Foi estranha a maneira como foi divulgada a descoberta de mais um supercampo de petróleo no Brasil, “o mais importante dos últimos 30 anos”, o terceiro do mundo, cinco vezes maior do que a super jazida de Tupi (anunciada em novembro do ano passado). Não foi comunicado oficial, nem da Agência Nacional do Petróleo (ANP), nem da Petrobrás, nem do Ministério de Minas e Energia. A revelação foi feita ontem pelo diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, no IV Fórum do Petróleo e Gás do Brasil, realizado na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio. Ele reconheceu que a informação foi obtida de fontes informais. Em todo o caso, como observa o especialista em Energia Adriano Pires, “não é papel do diretor-geral anunciar descobertas assim”. Às declarações de Lima seguiu-se a disparada dos preços das ações da Petrobrás (que atingiram as máximas de 10,1% nas ordinárias e de 7,6% nas preferenciais), sem que nem a sociedade, nem as autoridades, nem o mercado tivessem noção das proporções do achado. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que, em princípio, deveria pedir explicações sobre essa nova imensidão, assistiu passiva e omissa à escalada das ações nas Bolsas. Ao final da tarde, depois de ter sido questionada pela direção da Bolsa, a Petrobrás explicou em nota oficial que só “oportunamente” terá condições de dar informações sobre o potencial da descoberta. Nos bastidores da ANP, os comentários eram de que talvez Lima tivesse se empolgado no Fórum e se precipitado nas declarações, mas que, ainda assim, as informações seriam procedentes. É natural que as agências reguladoras exijam um mínimo de segurança técnica para aferir a importância de acontecimentos dessa ordem. Em 2004, a Petrobrás havia anunciado uma grande descoberta na Bacia de Santos (Mexilhão), cuja importância, depois de aferida tecnicamente, se revelou de apenas um terço do que parecera ao início. Mas informações dessa grandeza talvez não possam esperar até que todos os números estejam disponíveis. As confrarias dos geólogos especializados em petróleo e dos engenheiros que operam na perfuração dos poços têm condições de avaliar antes de quaisquer outros profissionais o que realmente existe. Além disso, a Petrobrás já não está sozinha na empreitada. As descobertas são imediatamente partilhadas entre os parceiros que, no caso dessa descoberta, são a inglesa BG e a espanhola Repsol, que também poderiam ter dificuldades em manter sigilo em dados tão importantes. Em todo o caso, o diretor-geral da ANP deve ter tido suas razões para se antecipar. Seria bom que o País soubesse quais são. É possível que dentro do governo Lula se trave uma batalha em torno da apropriação das Participações Especiais (royalties e participações governamentais) que envolvem a exploração de reservas tão importantes. O ex-presidente da ANP David Zylbersztajn observa que “o País precisa saber o que pretende fazer com esse petróleo que vai sendo encontrado na Bacia de Santos, levando-se em conta que a Petrobrás não tem condições de explorar sozinha toda essa riqueza”. CONFIRA Aritmética à prova - Em novembro passado, logo após a descoberta do Campo de Tupi, a Petrobrás calculava o potencial de petróleo em toda a camada pré-sal entre 70 bilhões e 100 bilhões de barris. Apenas Tupi contém entre 6 bilhões e 8 bilhões de barris. A área adjacente, Júpiter, anunciada em janeiro, tem volume pouco mais baixo que Tupi. Se aos dois campos for somado o potencial de 33 bilhões de barris anunciados ontem, já temos 48 bilhões de barris concentrados diante de Santos. A camada pré-sal vai de Santa Catarina ao sul de Alagoas. |
Entrevista:O Estado inteligente
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terça-feira, abril 15, 2008
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