Entrevista:O Estado inteligente

sábado, abril 05, 2008

Internet A corrida contra o sedentarismo

Xô, preguiça

Projeto de VEJA.com quer transformar
sedentários em corredores como forma
de estimular hábitos de vida saudáveis


Adriana Dias Lopes

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Coluna Chegada

O executivo paulistano Duilio Saba, de 50 anos, nunca foi fã de atividade física. Na melhor (ou na pior) das hipóteses, eventualmente jogava handebol aos sábados com os amigos. Há dois meses, ele resolveu trocar o elevador pela escada. Mal terminou de subir o primeiro lance, Saba já estava sem fôlego. "Foi uma humilhação: pela primeira vez na vida, senti-me um velho", diz. "Foi aí que decidi correr a São Silvestre." O desafio que Saba se impôs levou-o a ser um dos escolhidos para participar do projeto recém-lançado pela coluna Chegada, de VEJA.com. Coordenado pelo professor de educação física Renato Dutra, colunista do site, o programa tem como objetivo transformar um sedentário em um exímio corredor – e, com isso, fazer com que ele passe a ter um estilo de vida mais saudável. Além de Saba, também foi selecionada Sandra Tescari, de 42 anos, analista de comércio exterior. Na quinta-feira passada, os dois começaram os treinos no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Em nove meses, Dutra espera que eles façam 10 quilômetros em uma hora – o ritmo de um atleta amador.

A preparação de Saba e Sandra obedece a um roteiro minucioso de condicionamento físico. "A adaptação da dupla à corrida deve ser bem gradual, respeitando os limites do corpo de quem não faz esportes", diz o professor. O tempo dedicado à corrida só deve ultrapassar o da caminhada depois de três meses do início do treinamento. Isso porque o organismo se adapta aos poucos ao impacto da corrida. O sistema cardiorrespiratório leva até um mês para se ajustar à mudança. Os músculos necessitam do dobro do tempo e os tendões e as cartilagens de, no mínimo, três meses.

Duas semanas depois de ser lançado, o projeto de VEJA.com contou com a candidatura de 900 pessoas. Essa procura é o retrato do sucesso da prática da corrida no Brasil. Nos anos 80, havia, em média, quinze provas de corrida por ano no país, e quase todos os participantes eram atletas profissionais. Hoje, são cerca de 200 competições anuais, e metade dos inscritos é composta de iniciantes no esporte – ou seja, pessoas que correm há um ano, no máximo.

A corrida tem conquistado adeptos basicamente por duas razões. Uma delas, por sua praticidade. "Meu objetivo é treinar em parques. Mas, quando não der, sei que posso fazer o mesmo na rua de casa e até quando viajo, em academia de hotel", diz Sandra. A outra explicação está no fato de que o esporte proporciona resultados rapidamente. Uma hora de corrida, num ritmo de 10 quilômetros por hora, queima 700 calorias. A natação e o futebol queimam em torno de 500 calorias. A partir desta quarta-feira, VEJA.com exibirá relatos semanais sobre o programa do professor Renato Dutra e dos dois sedentários. Ou melhor, dos ex-sedentários.

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Fotos Otavio Dias

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