Entrevista:O Estado inteligente

sábado, dezembro 15, 2007

A lâmpada supereconômica na Casa Branca

A evolução da luz

As lâmpadas LED já substituem com grandes
vantagens a velha invenção de Thomas Edison


Rafael Correa

Kevin Lamarque/Reuters
Pela primeira vez, as 29 000 lâmpadas da árvore-símbolo do Natal americano – na Casa Branca, em Washington – foram fabricadas com tecnologia LED

No que depender da iluminação, o Natal será mais verde nos Estados Unidos. As mais conhecidas árvores natalinas montadas no país receberam lâmpadas fabricadas com tecnologia LED, sigla em inglês para diodo emissor de luz. Em Nova York, a tradicional árvore do Rockfeller Center é enfeitada com 30 000 lâmpadas LED. A National Christmas Tree, instalada em frente à Casa Branca, em Washington, tem 29.000 lâmpadas desse tipo, que foram acesas pelo presidente George W. Bush há duas semanas. O motivo da troca das luzes é simples: economia de energia. O uso do LED significa que a National Tree poupará eletricidade suficiente para manter noventa chuveiros ligados por duas horas diárias durante um mês. As duas árvores decorativas são exemplos de como a tecnologia LED está se tornando uma alternativa viável às lâmpadas incandescentes e fluorescentes. Até pouco tempo, as lâmpadas LED eram empregadas principalmente em aparelhos menores, como lanternas e painéis eletrônicos. Nos últimos cinco anos, começaram a aparecer em semáforos, na iluminação pública e na decoração externa de prédios. O que se está vendo agora é a migração do LED para dentro das residências.

Esse tipo de iluminação pode ser descrito como o terceiro estágio na evolução da lâmpada elétrica. O primeiro, representado pela lâmpada incandescente desenvolvida pelo americano Thomas Edison, pouco mudou nos últimos 128 anos. O mesmo filamento incandescente continua a ser utilizado até hoje. A segunda fase, iniciada timidamente nos anos 30, é a do uso das fluorescentes. Estas geram luz a partir de uma mistura de gases num tubo revestido de fósforo. Mais econômicas, elas já substituíram as incandescentes em grandes ambientes e também, de modo crescente, nas residências. A tecnologia do LED é bem diferente das duas anteriores. A lâmpada é fabricada com material semicondutor semelhante ao usado nos chips de computador. Quando percorrido por uma corrente elétrica, emite luz. O resultado é uma peça muito menor, que consome menos energia e tem uma durabilidade maior. Enquanto uma lâmpada comum tem vida útil de 1.000 horas e uma fluorescente de 10.000 horas, a LED rende entre 20.000 e 100.000 horas de uso ininterrupto.

A vida útil de cada lâmpada LED desta árvore de Natal é 20 vezes superior à de uma lâmpada incandescente, com um consumo de energia 100 vezes menor

Há um problema, contudo: a lâmpada LED ainda custa mais caro, apesar de seu preço cair pela metade a cada dois anos. Essa tecnologia não está se tornando apenas mais barata. Está também mais eficiente, iluminando mais com a mesma quantidade de energia. Uma lâmpada incandescente converte em luz apenas 5% da energia elétrica que consome. As lâmpadas LED convertem até 40%. Essa diminuição no desperdício de energia traz benefícios evidentes ao meio ambiente. Nos países em que a eletricidade é produzida a partir da queima de combustíveis fósseis, essa economia significa nove vezes menos gases do efeito estufa na atmosfera. Se metade de toda a iluminação mundial fosse convertida à tecnologia LED até 2025, seria possível economizar 120 gigawatts de eletricidade. Isso reduziria as emissões de dióxido de carbono em 350 milhões de toneladas por ano. As lâmpadas LED são a prova de que o desenvolvimento tecnológico é a forma mais eficiente de combater o aquecimento global.

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