O Estado de S. Paulo |
20/12/2007 |
Os mercados tremeram quando ouviram da boca do ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Alan Greenspan a advertência de que a economia americana se aproxima de um período de estagflação. Mas, como alguns analistas apontaram terça-feira, apesar da grande experiência e da alta credibilidade de Greenspan, há boa probabilidade de que o diagnóstico esteja equivocado ou, ao menos, exagerado. Estagflação é uma situação da economia em que forte recessão (retração da atividade econômica, com desemprego e tudo o mais) coexiste com forte inflação. A inflação do momento, nos Estados Unidos e no mundo, está sendo puxada pela alta do petróleo e dos alimentos. E, se a economia americana entrar em recessão, será inevitável uma queda do consumo que puxará para baixo as cotações do petróleo e dos alimentos. A coluna de ontem falou das enormes dificuldades que tem um banco central quando precisa enfrentar uma estagflação. Para atacar a recessão, seria preciso baixar os juros. Para atacar a inflação, aumentá-los. Mas é necessário avançar nesse tema. Não há clareza sobre o que está para acontecer na economia americana. Para dar importância à hipótese da estagflação, seria preciso quantificar tanto a eventual recessão em que entraria a economia americana como a inflação. Nada ainda garante que sejam importantes. Além disso, os dois fatores que, nos últimos dez anos, contribuíram para a derrubada da inflação global seguem atuando. Os preços dos industrializados da Ásia continuam em queda, a despeito do aumento da inflação na China. E a ação da Tecnologia de Informação, responsável por formidável derrubada dos custos globais de produção, também tem muito para avançar. Além disso, é altamente discutível que o combate à crise americana tenha de ser descarregado sobre as costas do Fed. A questão de fundo não é a política monetária adotada. É a natureza da doença que, nisso, não difere de tantas que prostraram economias emergentes nos anos 80 e 90. Ou seja, a questão de fundo contém alta dose de conteúdo fiscal. É o governo americano gastando demais, o que exacerba o consumo, as bolhas, a desvalorização do dólar e tudo o mais. Se não for enfrentada com remédios fiscais, uma solução definitiva para a crise pouco avançará. O presidente Bill Clinton entregou a administração da economia a George Bush (filho) com um superávit nunca visto. Acumularia US$ 3 trilhões em dez anos. Mas Bush acabou com tudo. Devolveu impostos e mergulhou o país em guerras gastadeiras. É provável que a campanha eleitoral do ano que vem se concentre nos mesmos temas que elegeram Bill Clinton em 1992. Na ocasião, o mote da campanha foi o inesquecível bordão de James Carville, marqueteiro de Clinton: “É a economia, idiota!” O derrotado de então foi ninguém menos que George Bush (pai). Se a administração americana for canalizada para o ataque ao coração da crise, é possível esperar que o Fed use sua artilharia monetária para, aí sim, atacar os efeitos colaterais. Infelizmente, Bush é um sacerdote da gastança e a nova administração só tomará posse em janeiro de 2009. Confira Depois de cinco anos consecutivos de superávit nas contas externas (contas correntes), o Banco Central prevê para 2008 um déficit de US$ 3,5 bilhões ou de 0,25% do PIB, como alguns analistas do mercado já vinham antecipando. Essas projeções podem ser precipitadas. Se o reajuste dos preços do minério de ferro chegar a 40%, como apontam algumas indicações; se os alimentos continuarem em alta no mercado internacional; e se a Petrobrás importar menos petróleo - apenas a economia de dólares nesses três itens pode chegar a ser de três vezes o déficit apontado pelo Banco Central. |
Entrevista:O Estado inteligente
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