Lauro Jardim
E-mail: ljardim@abril.com.br
• CPMF
Os filhos do Tuma
Romeu Tuma é um senador de posições duras diante do governo. Agora mesmo não quer votar pela prorrogação da CPMF. Será que não tem jeito? Bem, se o governo nomear seu filho Robson para uma diretoria da Caixa Econômica Federal, ele pode mudar de posição. Meses atrás, Tuma conseguiu a nomeação de outro filho, Romeu Tuma Júnior, para a Secretaria Nacional de Justiça. E assim caminha a política brasileira. Uma informação relevante a essa altura: Romeu Tuma tem quatro filhos.
Para amolecer os corações
Os governadores do PSDB José Serra e Aécio Neves acham que podem amolecer o coração dos senadores tucanos para votar pela prorrogação da CPMF se o governo botar na mesa uma nova proposta que aumente substancialmente os recursos destinados à saúde. Eis um item da proposta que está sendo discutida entre os governadores e o governo e que pode ser apresentada a qualquer momento: os 4 bilhões de reais de recursos para a saúde previstos para 2008 pulariam para 8 bilhões de reais.
Sem ministério, mas com trânsito
A pedido de Lula, Antonio Palocci tem sido o interlocutor mais freqüente de Aécio Neves e José Serra no imbróglio da CPMF. Aécio e Serra têm falado diretamente com Lula, é claro. Mas Palocci é o homem das conversas técnicas.
Ele ri, mas não tem sucessor
Espera-se que a esdrúxula discussão sobre o terceiro mandato de Lula tenha sido sepultada junto com a derrota de Hugo Chávez. Ainda assim, nunca se havia feito uma pesquisa de opinião para 2010 em que seu nome aparecesse. Bem, se fosse candidato, Lula sairia na frente disparado. É o que revela uma pesquisa nacional realizada por VEJA em parceria com o CNT-Sensus entre os dias 12 e 21 de novembro. Sem apresentação de lista de candidatos, e portanto com citação espontânea, Lula obteve 27% dos votos. José Serra veio em seguida, com 6%. Aécio Neves apareceu com 3,3% e Geraldo Alckmin com 2,8%. Da base governista, só surgiu Ciro Gomes, com 2%. |
• GOVERNO
Petroquímica dá samba?
Numa audiência na semana passada com empresários da indústria petroquímica, Lula surpreendeu ao pedir ajuda a escolas de samba e ao Corinthians. Primeiro, a sério, Lula instou os empresários a patrocinar as escolas de samba cariocas. Argumentou que o auxílio era importante para livrá-las das garras dos traficantes, cada vez mais infiltrados no mundo do samba-enredo. Os empresários ouviram. Mas nada prometeram.
Salvem o Corinthians
E em seguida, de brincadeira, pediu que patrocinassem o Corinthians, seu time de coração e o mais ilustre integrante da segunda divisão. Novamente, os empresários se esquivaram. Um disse que torcia pelo Palmeiras. E o outro pelo Bahia, aliás, novo rival do Timão na segunda divisão.
Tempo quente
Tem dado curto-circuito nas reuniões que juntam Dilma Rousseff e o presidente da Infraero, Sergio Gaudenzi. Dilma, com alguma freqüência, vem perdendo a paciência com Gaudenzi.
• TELECOMUNICAÇÕES
Coutinho articula fusão
Luciano Coutinho, presidente do BNDES, foi o escolhido por Dilma Rousseff para fazer acontecer a fusão entre a Brasil Telecom e a Telemar/Oi. O que Dilma pediu a Coutinho: que ele tente fechar a operação até março – desejo que, a essa altura do campeonato, parece difícil de concretizar-se.
A Andrade deve liderar
O desejo do governo é que a Andrade Gutierrez (um dos controladores da Telemar/Oi) lidere o processo no setor privado.
• ECONOMIA
GP e Petrobras juntas
Começa a esquentar a compra da Esso na Argentina pela Petrobras. E com uma surpresa: a GP, a maior empresa de investimentos do país, e um fundo de investimento americano devem ser parceiros da estatal no negócio. Nos próximos dias, será iniciada uma due diligence (uma análise e uma avaliação detalhadas da empresa) na Esso argentina.
Mau humor argentino
O negócio sofre oposição do governo argentino, que não é simpático ao crescimento da Petrobras por lá. Meses atrás, o governo Lula recebeu o aviso de que a Petrobras deveria associar-se a algum grupo argentino para comprar a Esso. Como a Petrobras sairá desse impasse?
• RIO DE JANEIRO
Lula afaga Cabral
O clima de sedução entre Lula e Sérgio Cabral já rendeu neste ano ao Rio de Janeiro 3,4 bilhões de reais de repasses federais para obras. É mais do que o estado recebeu nos dez últimos anos somados.
RELIGIÃO
O porta-vinho do santo
Vai de vento em popa o comércio em torno de São Frei Galvão. Na loja aberta no site oficial do santo, acendem-se "velas virtuais" e enviam-se "cartões virtuais". Podem-se comprar também ímãs de geladeira. Achou pouco? Pois agora será colocado à venda um "exclusivo porta-vinho" do santo.
Um império em construção
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Foto: Sergio Tauhata