O ministro da Defesa, Nelson Jobim, acredita que o fim de ano será tranqüilo nos aeroportos. Ele acha que as mudanças operacionais já feitas garantirão isso. Jobim disse que o controle aéreo de passageiros será cada vez mais militar, porque os novos contratados serão militares. Há cinco áreas sendo analisadas para a construção de um novo aeroporto em São Paulo.
Os brasileiros, com seus planos de viagem para o fim de ano, estão com muito medo do que pode acontecer.
Foi um ano ruim, com tragédias, quebra de empresa, horas de espera e maustratos por parte das companhias aéreas. Mas o ministro acha que as decisões que tomou permitirão um fim de ano mais tranqüilo.
— Pode haver alguns acúmulos em Congonhas, que é o centro nervoso aéreo do Brasil. Não é mais hub, ou seja, não se pode fazer lá nem escala nem conexão, mas é uma aeroporto muito disputado. No Brasil, cobrase a mesma taxa para qualquer aeroporto; isso vai mudar.
Se um passageiro quiser ir para Congonhas, terá um custo a mais. Isso vai diminuir a concentração — disse o ministro, numa entrevista que me concedeu na Globonews.
Ele anunciou que será construído, sim, um terceiro aeroporto em São Paulo; cinco locais estão sendo analisados.
Também será feita a terceira pista de Guarulhos.
Durante o pior da crise dos controladores, chegou a ser discutida a possibilidade de tornar civil o controle de passageiros.
A idéia, pelo visto, foi abandonada. O ministro fala em aumentar o poder dos militares sobre o setor.
— O controle aéreo continuará sendo militar, estamos aumentando o número de militares treinados para este trabalho. Por enquanto, não tem outra forma. Em alguns países, o controle é civil, varia. O daqui segue o nosso processo histórico. A aviação civil nasceu dentro da força aérea. Os Cindactas fazem todo o controle do espaço aéreo e também cuidam da aviação civil. O que temos que resolver hoje é o saturamento — disse.
O ministro admite que o transporte aéreo de passageiro é hoje atendido praticamente por um duopólio, mas não considera a possibilidade de abrir o mercado doméstico a empresas estrangeiras.
— Isso não existe em nenhum país do mundo. Ninguém entrega o espaço aéreo a empresas estrangeiras.
Na verdade não é “entregar o espaço aéreo”, mas permitir a operação sob a regulação nacional.
— Se a matriz, por exemplo, mandar fechar linhas aqui, ficamos nas mãos deles.
Bom, as empresas aéreas nacionais também, de vez em quando, suspendem rotas quando consideram que elas não são lucrativas.
— O que temos que discutir é se é possível liberar a entrada de mais capital estrangeiro nas empresas nacionais.
Hoje este investimento está limitado a 25%, mas há uma proposta no Congresso que aumenta para 49% — lembrou o ministro.
Jobim acha que um dos gargalos enfrentados pelo transporte aéreo é a atuação da Anac, que, segundo ele, tinha que regular o transporte e não regulava.
— A Agência passou a fazer apenas a fiscalização e fiscalizava mal. Um cancelamento de slot ou de vôo, por exemplo, tinha pouco custo.
Jobim sustenta que mudou tudo e que a nova Anac será muito melhor por ter sido formada por um grupo de competências complementares.
A nova presidente da Agência, no entanto, passou por constrangimentos no Senado e acabou tendo sua sabatina adiada.
— Antes não havia interação entre Anac, Decea, Infraero. Uma cuidava da regulação, a outra do espaço aéreo e a terceira da infra-estrutura. Não havia um núcleo que fizesse um debate. Tivemos a primeira reunião com as empresas.
Queremos discutir também com elas a organização do espaço aéreo.
O ministro acredita que o novo sistema que vai punir as empresas pelos atrasos de sua responsabilidade, fazendo com que tenham que indenizar os passageiros, vai melhorar a qualidade do serviço. Perguntei se isso não será simplesmente transferido para o custo da passagem. Ele acha que, se uma empresa fizer isso, vai perder passageiros. Difícil achar que, num duopólio, haverá uma competição capaz de impedir a transferência de um custo extra.
Seja como for, este fim de ano será um grande teste.
De fato, está havendo menos atraso, mas os vôos estão completamente lotados.
E estamos ainda bem no começo de dezembro.
O ministro Nelson Jobim contou, também na entrevista, que há um grupo de pessoas do governo iniciando uma discussão sobre a questão da defesa. Disse que, após o regime militar, discutia-se sobre equipamentos, aumento de soldos, mas não sobre a reformulação das tarefas dos militares.
— Montamos um grupo composto por mim, Mangabeira, os ministérios da Fazenda, da Tecnologia e do Planejamento e as três forças armadas. Discutiremos quais são as tarefas e, só depois, quais são as alterações necessárias na tropa para empenhar a tarefa. O aquartelamento, por exemplo, só faz sentido na Amazônia.
Uma das mudanças possíveis, Nelson Jobim explicou, é o fato de que hoje, no sistema dos quartéis, os militares estão concentrados no Sul do Brasil, quando o grande perigo atualmente para o país está na Amazônia.
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
Arquivo do blog
-
▼
2007
(5161)
-
▼
dezembro
(467)
- Clipping de 31 de dezembro
- Nunca antes nestepaiz pagamos tanto em impostos
- O Estado de S. Paulo ENTREVISTA Fernando Gabeira
- Comendo no prato em que cuspiram
- Desenvolvimento econômico sustentável
- Otimismo Carlos Alberto Di Franco
- Um ano excepcional
- Síndrome de Policarpo Antonio Sepulveda
- UMA MENSAGEM FÚNEBRE DE ANO NOVO
- DANUZA LEÃO
- FERREIRA GULLAR
- CLÓVIS ROSSI Ano Novo e quarta marcha
- ELIANE CANTANHÊDE "De olho no imposto"
- Miriam Leitão O balanço das horas
- João Ubaldo Ribeiro Lá vem ou lá foi, eis a questão
- DANIEL PISA
- Mailson da Nóbrega O que pode dar errado em 2008
- Bolsas fecham o ano sem crise
- Suely Caldas Bom na economia, ruim na política
- Celso Ming Festa na Bolsa
- Olhando as estrelas Gaudêncio Torquato
- Convivência e conflito Sergio Fausto
- Um canteiro de ineficiência
- RUY CASTRO Bom era antes
- O amigo do terror 2 – Oliver Stone, o palhacinho d...
- Chaves é criticado por negligenciar onda de seqües...
- Oposição reage com irritação e críticas
- 2007 | Carta do Editor: Roberto Civita
- MILLÔR
- Veja.com
- Paquistão O assassinato de Benazir Bhutto
- Juíza italiana manda prender brasileiros ligados à...
- Inflação em 2008 é ameaça séria
- Retrospectiva 2007 | Brasil
- Retrospectiva 2007 | Internacional
- Retrospectiva 2007 | Economia
- Retrospectiva 2007 | Gente
- Retrospectiva 2007 | Veja essa
- Retrospectiva 2007 | Humor
- Retrospectiva 2007 | Saúde
- Retrospectiva 2007 | Tecnologia
- Retrospectiva 2007 | Memória
- Retrospectiva 2007 | Ideologia
- Retrospectiva 2007 | Brasil
- Retrospectiva 2007 | Livros
- VEJA Especial Teste
- Clipping 28 de dezembro
- Celso Ming - Mais breque que acelerador
- Eliane Cantanhede - Natal sangrento
- Comendo no prato em que cuspiram
- Lula na TV: o elogio às conquistas do governo FHC...
- E os outros reféns das Farc? Eis a questão
- Clóvis Rossi - Chamar as coisas pelo nome
- Investimentos da Petrobrás
- Villas-Bôas Corrêa : Segundo mandato espremido em...
- Clipping 27 de dezembro
- Clovis Rossi-Lições cubanas
- Demétrio Magnoli A guerra camba
- ALI KAMEL Favelas
- Perspectivas do setor externo
- Colômbia, Venezuela, Brasil: o delírio coletivo
- YEDA E O DIREITO DE PROPRIEDADE
- Clipping 26 de dezembro
- RUY CASTRO Notícias do dia 24
- VALDO CRUZ Bons sinais
- CLÓVIS ROSSI
- Governo estuda recriar a Previc
- Celso Ming Lições para 2008 (2)
- Quem usa fantasia depois do carnaval?
- O médico Palocci se consolida como a referência ec...
- Governo e Congresso driblam a ética
- Vem aí a Sessão Saudade de 1968
- Entre presentes
- Diante do presépio
- GEORGE VIDOR - Cobertor curto
- Os Luízes
- Miriam Leitão Do Nobel ao rodapé
- Merval Pereira Um bom ano
- FERREIRA GULLAR
- DANUZA LEÃO
- ELIANE CANTANHÊDE O Brasil e os brasileiros
- Clovis Rossi- O errado que funcionou
- João Ubaldo Ribeiro
- DANIEL PISA
- Americanos consomem mais
- Salvando duas estatais e o rádio digital Iboc
- Mailson da Nóbrega
- O futuro dos bancos públicos
- Celso Ming Bush tapa o nariz
- DORA KRAMER Limite ultrapassado
- As faltas do funcionalismo
- Urgente, uma agenda positiva
- Incertezas
- Aquele abraço
- Tortura e morte em SP: Serra responde com um ato e...
- Miriam Leitão Lógica invertida
- Merval Pereira Conflito ético
- CLÓVIS ROSSI Olha ela aí outra vez
- RUY CASTRO Nelson como Crusoé
- Celso Ming
-
▼
dezembro
(467)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA