Entrevista:O Estado inteligente

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Modelo promissor



EDITORIAL
O Globo
7/12/2007

Praticamente, só há pesos pesados na indústria petroquímica mundial, e o Brasil precisava se adaptar com urgência a essa realidade para continuar competindo em escala global. A indústria brasileira no setor foi montada a partir de um modelo tripartite, com participação da Petrobras, de investidores estrangeiros (fornecedores de tecnologia) e de grupos nacionais. Com o passar do tempo, esse modelo se mostrou por demais fracionado para uma atividade caracterizada por elevados patamares de produção e comercialização.

Com a privatização do setor, a petroquímica brasileira viveu um momento inicial de arrumação, com as empresas de primeira e segunda gerações se integrando mais, sob o guarda-chuva dos mesmos acionistas.

Ainda assim, foi ficando evidente a necessidade de se dar novo salto, o que dependia de uma definição do papel que a Petrobras pretendia desempenhar no setor, no futuro. Algumas iniciativas da companhia até deixaram transparecer uma certa nostalgia em relação aos tempos que a estatal dominava o segmento de primeira geração.

Mas, com a retirada do antigo grupo Ipiranga e da Suzano do setor petroquímico, surgiu uma solução de mercado da qual resultaram dois grupos robustos, Braskem e Companhia Petroquímica do Sudeste (nome provisório), ambos com participação relevante da Petrobras, mas controlados por capitais privados.

Esse processo de fusões e aquisições sem dúvida foi concentrador, porém especialistas consideram que a competição passou a ser em escala global e desse modo não existiria o risco de manipulação de preços em âmbito doméstico. O Brasil exporta cerca de 15% de sua produção e importa relativamente igual percentual do seu consumo em produtos petroquímicos, o que tem garantido um equilíbrio no mercado.

Nesse novo quadro, a indústria como um todo se fortaleceu, o que facilitará o desenho acionário do complexo petroquímico programado para Itaboraí/São Gonçalo com base na refinaria que a Petrobras começará a construir já no ano que vem na região. A petroquímica é uma das atividades com horizonte promissor na economia brasileira.

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