| Celso Ming - O tamanho da barba |
| O Estado de S. Paulo |
| 9/10/2007 |
O dólar já estava ficando barbudo em reais porque havia quase dois meses o Banco Central deixara de comprar moeda estrangeira no câmbio interno. De lá para cá, a valorização do real ante o dólar foi de 7%. Ontem, sem prévio aviso, espuma de barbear e navalha voltaram a ser usadas, as compras foram retomadas e as cotações reagiram no ato. O discurso oficial, nem sempre acatado ao pé da letra, é o mesmo de dezembro de 2004, quando a operação começou: o Banco Central só compra moeda estrangeira para reduzir a volatilidade das cotações, para juntar reservas ou para azeitar o mercado travado por uma razão qualquer, como em maio de 2006. Quando suspendeu as compras em agosto, a turbulência externa tinha atiçado a aversão ao risco e atirado os investidores para aplicações de segurança. Com isso, o dólar teve curto período de valorização diante do real, que o gráfico deixa à mostra. A saída do Banco Central do mercado em agosto foi entendida como manobra para evitar o reforço da procura num momento em que o pânico comandava as ações. Mas, mesmo depois da tempestade, o Banco Central continuou fora do mercado. Do pico das cotações até sexta-feira, o dólar despencou 14%. Se o Banco Central voltou à barbearia para operações diárias ou se voltou apenas episodicamente, é coisa que só vai ficar clara nos próximos dias. O que se pode dizer é que, se foi apenas para evitar excesso de volatilidade, a intervenção de ontem deve ser entendida como aleatória. No entanto, se o objetivo é continuar a amontoar reservas, é possível que as compras continuem fortes e mais regulares. Mas aí entramos numa questão fortemente discutível. As reservas acima dos US$ 162 bilhões já podem estar de bom tamanho. A blindagem demonstrada durante a crise foi satisfatória e, desse ponto de vista, talvez não seja preciso mais. Além disso, o custo fiscal da operação de ampliação das reservas é elevado porque os juros dos títulos que o Banco Central tem de emitir para pagar os dólares são mais altos do que o rendimento pago pelas reservas. São razões que desaconselham a volta regular à barbearia se o objetivo é só aumentar as reservas. No entanto, comparativamente ao tamanho do PIB, as reservas brasileiras ainda podem estar relativamente baixas. O Banco Central está fortemente empenhado em obter o grau de investimento para a dívida brasileira e o crescimento das reservas pode apressar esse reconhecimento. Há quem acredite que o Banco Central atua no câmbio com outro objetivo não oficialmente reconhecido: o de evitar uma excessiva valorização do real. Mas, se fosse isso, seria preciso admitir um piso para a cotação do dólar, algo que os fatos desmentem. Mas, afinal, até quando e em quanto aparar a valorização do real diante do dólar? |
Entrevista:O Estado inteligente
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terça-feira, outubro 09, 2007
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