| O Estado de S. Paulo | 
| 31/10/2007 | 
O mercado financeiro global espera que hoje o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) corte os juros básicos (Fed funds) em pelo menos mais 0,25 ponto porcentual, para 4,5% ao ano. Parece um movimento lógico e coerente diante das circunstâncias, mas carrega contradições. Em setembro, o Fed surpreendeu os analistas ao decidir cortar os juros em meio ponto porcentual, o dobro do corte para o qual apontavam as projeções. Ficou entendido que o Fed agiu mais preocupado com a necessidade de acalmar os mercados do que em combater a inflação. De lá para cá, as autoridades do Fed pareceram vacilantes. De um lado, seu presidente, Ben Bernanke, que valoriza tanto a administração das expectativas dos agentes econômicos, não desencorajou as previsões quase uníssonas de um novo corte. De outro, parece preocupado com a força da inflação que vem vindo e que também deve ser combatida, o que exigiria movimento em sentido contrário. Não há analista que menospreze o que poderia ocorrer se o Fed se mantivesse durão e deixasse de cortar os juros. E, se a prioridade é acalmar os mercados, ainda há muito serviço a ser feito. Ninguém sabe o tamanho do estrago produzido pelo estouro da bolha subprime. A cada semana aparece novo esqueleto. Bernanke parece temer o efeito riqueza, que, no caso, seria mais apropriadamente chamado de efeito pobreza. É a provável quebra do consumo e do impacto sobre o setor produtivo dos Estados Unidos à medida que o americano médio descobrir que seu imóvel perdeu valor e que, por isso, não pode mais gastar por conta de um patrimônio mais alto. Bernanke menciona, também, os estragos que vêm sendo causados pela trombose no crédito. É o que parece levar o Fed aos movimentos preventivos e, portanto, para o corte dos juros. Mas isso não completa a história. Os preços do petróleo ameaçam furar os US$ 100 por barril. Os preços dos alimentos e das commodities metálicas continuam avançando. O dólar vai perdendo valor e, com isso, aumentam os preços das importações americanas. A própria desvalorização do dólar pede ação das autoridades. Tudo isso junto está injetando gás na inflação americana e precisa de tratamento. E, por falar nisso, cresce por toda parte a percepção de que a inflação combatida pelos bancos centrais está sendo erradamente medida. Como tem observado o economista-chefe do Bank of International Settlements, William White, essa inflação deixa de fora dos cálculos os ativos financeiros, que também integram o orçamento das classes médias tanto quanto alimentos, despesas com educação e corte de cabelo. E essa falha pode ser a responsável pelos juros baixos demais vigentes nos mercados e pela superabundância de recursos que provoca as bolhas. Segunda-feira, o New York Times lembrou observação do economista Vincent Reinhart, ex-assessor do Fed e hoje na American Enterprise Institute. Para ele, "a primeira lição a ser aprendida pelo bombeiro é a de que, quando tiver de agir, tem de levar água suficiente para apagar o fogo". E a segunda lição é a de que "o despejo de água para apagar o incêndio pode causar mais estragos do que o próprio fogo". Como bombeiro dos mercados, é a escolha diante da qual Bernanke não pode vacilar. Entenda Um banco central é um automóvel sem breque. Só tem acelerador, que injeta mais ou menos combustível no motor. O combustível injetado só vai fazer diferença na velocidade do veículo seis meses depois. Na política monetária não são propriamente os juros que sobem ou descem. É o volume de dinheiro que muda. Se o volume se reduz, seu preço (os juros) sobe; se acontece o contrário, o preço baixa. O dinheiro é controlado pela compra ou venda de títulos públicos pelo banco central. Se vende títulos, retira dinheiro; se compra, injeta.  | 
Entrevista:O Estado inteligente
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quarta-feira, outubro 31, 2007
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