Juiz recebe pressão do Incra, solta todos os
baderneiros do MLST e enterra o processo
Diego Escosteguy
| Sergio Lima/Folha Imagem |
| Integrantes do MLST em ação na Câmara dos Deputados: a punição ficou mais distante |
Depois de 38 dias preso, o petista Bruno Costa Maranhão, que liderou a baderna promovida pelos sem-terra na Câmara dos Deputados em junho passado, foi libertado em Brasília. Logo que deixou a prisão, Maranhão deu entrevista dizendo que agora será um "soldado" da reeleição do presidente Lula. "Conheço o Lula há 25 anos. Não só vou apoiá-lo como vou fazer campanha para ele", disse. A soltura de Maranhão, juntamente com outros 31 integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) que permaneciam encarcerados, significa o fim de qualquer esperança de que a depredação da Câmara, episódio que deixou 27 feridos e escandalizou o país, resulte em algum tipo de punição aos baderneiros. "Fiz justiça", diz o juiz substituto da 10ª Vara Federal do Distrito Federal Ricardo Soares Leite, que mandou libertá-los na noite da sexta-feira 14. "Todos merecem uma segunda chance."
Ao dar a tal segunda chance, o juiz praticamente enterrou o processo. Isso porque, quando e se aceitar a denúncia do Ministério Público contra os acusados, terá de mandar notificar cada um deles – e quase todos informaram que não têm endereço fixo, pois vivem em acampamentos, vilas rurais e em protestos pelo país afora. Sem a notificação, o processo simplesmente não anda.
| Ed Ferreira/AE | Carlos Moura/CB |
| O mentor do MLST, Bruno Maranhão, e o ouvidor do Incra, Gercino Silva (à dir.): gestões junto ao juiz do caso | |