Entrevista:O Estado inteligente
Um bom começo - CELSO MING
O Estado de S.Paulo - 29/11
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizou ontem, no Rio, o primeiro leilão de áreas em terra para produção de gás natural. Foi a 12.ª Rodada de Áreas Exploratórias, que conseguiu outorgar 72 dos 240 blocos oferecidos e garantiu uma arrecadação com prêmios de assinatura de R$ 165 milhões. A Petrobrás sozinha ou em consórcio com outras empresas ficou com 49 blocos.
O leilão foi precedido por uma tardia oposição de grupos ecologistas. A principal crítica é a de que a exploração dessas áreas abre caminho para a utilização da tecnologia de craqueamento hidráulico, que consiste na injeção direta, a altas pressões sobre as camadas de xisto, de uma mistura de água, areia e agentes químicos, que se destina a libertar o gás aprisionado nos folhelhos.
A crítica é a de que, além de exigir enorme quantidade de água doce, essa tecnologia pode contaminar os lençóis freáticos e os aquíferos. Daí porque, argumentam algumas associações preservacionistas, seria preciso adiar o leilão até que se chegue a um entendimento sobre as melhores condições de exploração ou, se não isso, até que fosse definitivamente proibida a atividade, como ocorreu em alguns países ricos, caso da França e de algumas regiões dos Estados Unidos.
Essas críticas não são suficientes para paralisar o processo de licitação. Primeiro, porque não necessariamente terá de ser usado o processo de fraturamento hidráulico; e, segundo, porque há avanços no emprego dessa tecnologia que evitam ou reduzem substancialmente os riscos de contágio.
Até recentemente, a exploração de gás natural não foi considerada importante no Brasil. Mas o jogo mudou e vai mudar mais ainda. O gás natural já alcança cerca de 10% da matriz energética brasileira (veja gráfico) e tem uma demanda industrial cada vez maior. Também é crescente o uso de energia elétrica de fonte térmica para suprir os picos de consumo.
A exploração do gás de xisto no mundo ganhou nova importância. Em seis anos (até 2020), os Estados Unidos se tornarão autossuficientes e exportadores de hidrocarbonetos. Hoje, esse gás está disponível no mercado dos Estados Unidos a um preço médio de US$ 4 por milhão de BTU, substancialmente mais baixo do que os US$ 12 a US$ 16 por milhão de BTU negociados em outros países, inclusive aqui no Brasil.
A revolução do xisto nos Estados Unidos deverá ter impacto estratégico relevante na medida em que reduzirá a dependência das grandes economias do fornecimento de petróleo do Oriente Médio, região sujeita a intermináveis conflitos militares e políticos.
O Brasil não dispõe de um mapeamento geológico confiável de suas reservas de xisto. Também falta para o setor um marco regulatório consistente. No entanto, o melhor jeito de atacar essas limitações é começar a exploração o quanto antes. Não se encontrarão as melhores soluções nem o caminho mais curto e mais barato para a exploração do gás natural em terra no Brasil se o processo não começar e se os eventuais problemas não forem conhecidos para em seguida poderem ser equacionados.
Arquivo do blog
-
▼
2013
(629)
-
▼
novembro
(68)
- Reajuste parcial - CELSO MING
- A luta pelo mandato - MERVAL PEREIRA
- À sombra de Kissinger - DEMÉTRIO MAGNOLI
- O reajuste dos combustíveis - EDITORIAL ZERO HORA
- Feridas de Honduras - EDITORIAL FOLHA DE SP
- Urge apressar as privatizações - EDITORIAL CORREIO...
- Recursos ilimitados são incentivo à impunidade - E...
- Sem regalias na Papuda - EDITORIAL O ESTADÃO
- COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO
- Os infiéis na política - FERNANDO RODRIGUES
- Cristina em seu labirinto - FABIO GIAMBIAGI
- E Lula fez escola - DENISE ROTHENBURG
- Cinco palpites a - CACÁ DIEGUES
- Melhor que a Britannica - SÉRGIO AUGUSTO
- O drama de Lucas - DANIEL TABAK
- A agonia do colesterol - DRAUZIO VARELLA
- Simples assim - DORA KRAMER
- (in)fidelidade partidária - MERVAL PEREIRA
- Mentir, conspirar, trair - REINALDO AZEVEDO
- O drama carcerário e o ‘jus esperniandi’ do PT - R...
- Um bom começo - CELSO MING
- O lado escuro da força - NELSON MOTTA
- Menino, vamos a pé, te conto histórias - IGNÁCIO D...
- Pela televisão - RUY CASTRO
- Buquê - FERNANDA TORRES
- Irã, Síria, Obama e a base da nova diplomacia - GI...
- Cuidado com nossa euforia iraniana - RASHEED ABOU-...
- A sabedoria da tia Inácia e as concessões - LUIZ C...
- Herança maldita - ADRIANO PIRES
- Muito ruim - VINICIUS TORRES FREIRE
- O leão do Supremo - ELIANE CANTANHÊDE
- Bandoleiro tropical JOÃO MELLÃO NETTO
- COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO
- As dificuldades da Petrobrás - EDITORIAL O ESTADÃO
- Gastança e retrocesso nos juros - CORREIO BRAZILIENSE
- Dois dígitos - EDITORIAL FOLHA DE SP
- Concessões ajudarão a impulsionar a economia - EDI...
- Fazia sentido - CARLOS ALBERTO SARDENBERG
- 2014 nublado lá fora - VINICIUS TORRES FREIRE
- CELSO MING -O bolo um pouco maior
- Luta por privilégios - Merval Pereira
- Se piorar, estraga - Dora Kramer
- Do lado de fora da Papuda - Eliane Cantanhêde
- Aloprados II – O PT contra ataca- Alberto Goldman
- Há direito adquirido de quebrar o País? - José Serra
- Vestindo aa carapuça - Aécio Neves
- Claudio Humberto
- A nova classe média João Ubaldo Ribeiro
- Dilma, do ataque à defesa - Eliane Cantanhêde
- Defeito da qualidade- Dora Kramer
- Sob nova orientação - JOÃO UBALDO RIBEIRO
- Dilma e a malhação de Eike - VINICIUS TORRES FREIRE
- Petróleo e a opção do País - CELSO MING
- Miséria do debate - MIRIAM LEITÃO
- O neoliberal Bolsa Família - SUELY CALDAS
- Menos Estado, mais inclusão - HENRIQUE MEIRELLES
- Cheios de dedos - DORA KRAMER
- O poder apalermado - BELMIRO VALVERDE JOBIM CASTOR
- Riscos mobilizam Lula - JOÃO BOSCO RABELLO
- Eike Batista, o bilionário-celebridade - ELIO GASPARI
- O nosso carbono 14 - GAUDÊNCIO TORQUATO
- Sem complacência - FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
- Apartheid eleitoral - EDITORIAL O ESTADÃO
- A demagogia das cotas - EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE
- Hora de votar Marco Civil da Internet - EDITORIAL ...
- :Hoje tem arrastão - EDITORIAL GAZETA DO POVO - PR
- Além das letras - EDITORIAL FOLHA DE SP
- COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO