Lula não quer chutar
Publicado por Adriana Vandoni em 12/11/2009 às 17:37 hs. Acompanhe as respostas pelo RSS 2.0.
Pelo menos é o que disse o presidente em seu primeiro comentário sobre o apagão que atingiu 18 Estados do país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou nesta quarta-feira que o problema tenha sido na geração de energia. “Não tivemos falta de geração de energia. Tivemos um problema na linha de transmissão”, afirmou a jornalistas. E disse ainda: “Não quero culpar ninguém antecipadamente. Talvez até de tarde saia a informação, pois tem de juntar os mapas. Além disso, se eu falar estou chutando e não vou chutar”.
Mas Lula é o rei do chute, logo depois, questionado se estaria havendo falta de investimento no sistema, como em 2001, quando houve um racionamento de energia, Lula mandou seu chute forte, afirmou que naquela época o país não produzia energia suficiente e não havia interligação do sistema.
O presidente disse ainda que em sete anos o governo investiu em linhas de transmissão o equivalente a 30 por cento de tudo que foi feito em 123 anos. Todavia não se pode acreditar no dado de Lula, primeiro que não diz onde o foi buscar, segundo é o Brasil andou para traz dez anos, primeiro que essa foi a primeira vez na história, a usina de Itaipu teve de ser totalmente paralisada, depois interrupção do fornecimento de energia do dia 10/11, foi a maior desde o último apagão, que aconteceu há dez anos, em 11 de março de 1999, e também atingiu dez estados e o Distrito Federal.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também chutou ao afirmara que os órgãos responsáveis pelo setor de energia do país concluíram que o blecaute fora causado por descargas atmosféricas, ventos e chuvas muito fortes, que ocorreram na região de Itaberá, em São Paulo. E aproveitou para tirar da reta o seu e o do governo: “Em 1999, desligou-se 70% da energia. Em 2002, foi 60% e agora apenas 40%. Nenhum governo fez tanto em investimento como o atual”.
Mas Edison Lobão, ministro das Minas e Energia foi desmentido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), sugere que são mínimas as possibilidades de um raio ter sido a causa do apagão”Embora houvesse uma tempestade na região próxima a Itaberá, com atividade de descargas no horário do apagão, as descargas mais próximas do sistema elétrico estavam a cerca de 30 quilômetros da subestação de Itaberá e a cerca de 10 quilômetros de uma das linhas de Furnas de 750 kV e cerca de 2 quilômetros de uma das linhas de 600 kV, que saem de Itaipu em direção a São Paulo”, informa nota do Inpe.
Portanto no governo que não quer chutar todos chutam.
(*) Ilustração: O apagão na Holanda pré-Lula – 1885 (Os comedores de batatas – Vincent Van Gogh)