O Estado de S. Paulo - 06/11/2008 |
O novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, promete transformação e a retomada do sonho americano, mas não vende ilusões. A herança que agora recebe é dramática: "São duas guerras, um planeta a perigo e a pior crise financeira em cem anos", apontou no discurso da vitória. Mas as esperanças estão todas voltadas para esse homem. Obama deixou para trás a nata do Partido Democrata e um inequívoco herói nacional (John McCain). Do alto de seu capital em legitimidade (conquistou 349 dos 538 delegados do Colégio Eleitoral), está em condições de semear confiança, o artigo mais escasso dos mercados que Bush não foi capaz de entregar. O mundo espera pela mudança, mantra da campanha vitoriosa. E isso não vem de um dia para outro: "Talvez não a consigamos em um ano ou em um mandato." Como todos a querem, mas poucos sabem o que realmente querem, quando vier, a mudança tem tudo para contrariar interesses. A primeira tarefa do novo presidente será nomear seus principais auxiliares e liderar o processo de transição de governo que vai assumir apenas no próximo dia 20 de janeiro. Do ponto de vista administrativo, a pessoa-chave a escolher é o chefe do staff da Casa Branca. Mas o encaminhamento da saída para a crise exige um secretário do Tesouro de credibilidade. Para enfrentar a crise, há pelo menos três decisões a tomar em caráter emergencial. A primeira é o novo plano de estímulo ao consumo que seja capaz de deter a marcha da recessão. É um plano que nada tem a ver com a devolução de impostos empreendida na administração Bush e que, a rigor, beneficiou os mais ricos. Uma idéia é a de que se destine a tocar projetos de infra-estrutura que estejam prontos quando a economia deixar para trás a recessão. Esse plano não pode ignorar providências destinadas a deter a desvalorização dos imóveis residenciais que está minando a confiança do americano médio. A segunda decisão deve prever um esquema que detenha a deterioração da indústria americana. A General Motors (GM), por exemplo, já foi símbolo da identidade de interesses com o próprio país ("O que é bom para a GM é bom para os Estados Unidos e vice-versa", disse em 1953 Charles Wilson, secretário de Defesa do presidente Eisenhower). Hoje a GM está a um triz da falência. Como atua no nível simbólico, Obama provavelmente proverá uma solução de Estado a ela, que Bush se recusou a aprovar. A terceira decisão terá de reformatar o pacote de US$ 700 bilhões aprovado mês passado pelo Congresso para enfrentar a crise financeira. Até agora, nada de muito importante está sendo exigido das instituições financeiras socorridas, nem mesmo seu enquadramento aos critérios de Basiléia, que definem os limites da concessão do crédito e os das atuais práticas de falsa desintermediação financeira, problemas que estão na origem da crise. Em seguida, será preciso liderar a reforma da estrutura financeira global. Há um mundo inteiro a reorganizar. Há oito anos, ninguém poderia assegurar que Bush estaria à altura do que se esperava do presidente dos Estados Unidos. Hoje se pode dizer que ninguém melhor do que Barack Obama está em condições de devolver a esperança a um mundo prostrado pela crise. CONFIRA Corrida contra o tempo - Na sua mensagem a Barack Obama, o presidente Lula pediu "intensa urgência do agora" para enfrentar a crise global. Este é o pleito de praticamente todas as autoridades do mundo. Querem ação imediata. Até a posse do novo presidente, marcada para o próximo dia 20 de janeiro, correrão mais de dois meses. Ou Obama agirá antes de assumir e, nesse caso, atropelará George Bush, ou não haverá regime de urgência para tratamento da crise. A decisão não é unilateral. Terá de fazer parte do mecanismo de transição a ser combinado com o governo Bush. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quinta-feira, novembro 06, 2008
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