FOLHA
 
  Havia um consenso nos mercados financeiros de que o  ex-ministro da Fazenda Antonio  Palocci era o grande fiador da política econômica do governo Lula.  Afinal foi ele o primeiro político  petista que entendeu as limitações que o PT encontraria para  implementar seu programa econômico após a vitória nas eleições  de 2002. A desvalorização quase  sem limites do real e a explosão  nos índices inflacionários que se  seguiu, foram suficientes para  que o ex-prefeito de Ribeirão Preto entendesse o risco que corria  seu partido e o novo presidente da  República.
 Vendeu a Lula o caminho de  uma transição ordenada e que  respeitasse os valores básicos de  uma economia de mercado para  acalmar os investidores e estabilizar novamente nossa moeda. Para tanto, bancou um aumento  dos juros e uma queda na atividade econômica, no primeiro ano  do governo, que levou a um crescimento do PIB de apenas 0,5%.  No início de 2004, por ocasião da  viagem do presidente à China, o  caminho trilhado por recomendação de Palocci quase foi abandonado por Lula.
 A divulgação de um índice recorde de desemprego na Grande  São Paulo e as pressões sofridas  por parte dos petistas históricos  de sua "entourage" fizeram com  que o presidente se decidisse por  uma mudança de 180 graus na  condução da economia. Mas ao  chegar ao Brasil foi convencido,  pelo então ministro da Fazenda,  a esperar mais um pouco. E os resultados positivos começaram a  aparecer, devolvendo a Palocci o  comando do jogo.
 Com o crescimento econômico  em 2004 acelerando-se, o ministro da Fazenda foi convencendo o  presidente a tornar perene a política econômica que deveria ser  provisória. O ministro da Fazenda se fortaleceu e pôde enfrentar  com sucesso seu grande adversário no governo, o ministro-chefe  da Casa Civil. A queda de José  Dirceu fez de Palocci o grande  sustentáculo do governo, fortalecendo a opção de Lula por uma  política econômica conservadora.
 Os mercados passaram a ver essa aliança entre o ministro da Fazenda e o presidente como um  movimento de longo prazo e assistimos, então, a uma incrível  melhora nas condições de solvência externa do país. O risco soberano dos papéis brasileiros caiu  de forma consistente na segunda  metade de 2004 e no primeiro semestre de 2005. O real passou a se  valorizar nos mercados de câmbio e a fazer parte de uma cesta de  moedas dos mercados emergentes  mais importantes. A inflação convergiu para a meta e os investidores começaram a visualizar o país  na categoria do chamado "investment grade", isto é, de uma economia com baixo risco de crédito.
 A crise política, com o chamado  mensalão, passou de lado da economia, mostrando que havia  uma confiança sólida nos chamados fundamentos econômicos do  país e em Palocci. Apenas quando  as acusações atingiram o ministro da Fazenda é que assistimos a  alguns sintomas de crise e de desconfiança quanto ao futuro. Mas  o esvaziamento das denúncias  contra Palocci trouxe de volta a  calma ao mercado.
 Para uns poucos analistas estavam claras as razões desse novo  comportamento da economia: o  excedente de dólares em nossa  balança de pagamentos e a força  de nossa moeda nessa situação  eram um novo fator de estabilidade. Com a queda de Palocci,  descobrimos que sua função de  fiador da economia não tem mais  a importância de antes. Mesmo  com um novo ministro que não  tem a confiança do mercado, não  assistimos a uma "débâcle" e a  uma perda de confiança na economia brasileira.
 A razão disso é a mesma de antes. Nos últimos meses, o Banco  Central já comprou quase US$ 8  bilhões e o Tesouro mais de US$ 9  bilhões. Além disso o Brasil já recomprou US$ 4,2 bilhões de títulos da dívida externa pública. A  âncora agora é nossa balança de  pagamentos. 
Entrevista:O Estado inteligente
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