| Folha de S. Paulo |
| 24/1/2006 |
| No domingo passado, o caderno Dinheiro publicou um artigo de Benn Steil, diretor de economia internacional no Conselho de Relações Internacionais e autor de um livro de nome sugestivo: "Estadismo financeiro: o papel dos mercados financeiros na política externa americana". O livro deve ser bem mais explícito que o artigo. No artigo, Steil admite que o livre fluxo cambial provocou desequilíbrios de monta nas economias emergentes. No período do padrão-ouro (pelo qual um governo só poderia emitir moedas lastreadas em ouro), cada desvalorização cambial era seguida de uma entrada maciça de ouro, porque se sabia que os ativos voltariam à posição anterior. Agora, com esse mundo de centenas de moedas, diz Steil, toda a estrutura de preços de um país é jogada para baixo ou para cima para se ajustar à estrutura de preços de outro país. Quando ocorre uma desvalorização cambial, a tendência é uma fuga de capitais, ampliando a desvalorização. Steil constata que, sob um sistema de livre fluxo de capitais, as taxas internas ficam mais sensíveis às internacionais e cresce a propensão a subir em períodos de recessão, para impedir a fuga de capitais. É uma disfunção clara e diagnosticada. E há várias maneiras de atacá-la. Como não existe uma solução ótima, que preserve todos os interesses, algumas machucam mais países, algumas machucam mais o capital. A de Steil, obviamente, é a que menos machuca o fluxo de capitais, que tem uma vida muito mais tranqüila quando pode arbitrar taxas de juros entre países, sem os riscos inerentes à volatilidade cambial. Sua sugestão é que países emergentes parem com essa frescura de "soberania monetária" e adiram imediatamente à moeda predominante em sua região monetária. Com a dolarização ou eurorização, acabará a volatilidade entre moedas. Os capitais poderão buscar tranqüilamente a economia com melhor potencial de crescimento ou que pague juros mais elevados. Mas e as economias nacionais? O exemplo de estabilidade no padrão-ouro, invocado por Steil em seu artigo, garantiu segurança ao capital e até a paz entre as nações por bom período. Mas não garantiu desenvolvimento para quem seguiu as regras do jogo. Foi um período em que se estagnaram países emergentes, simplesmente por não dispor de ferramentas que permitissem a sobrevivência das indústrias locais no seu período infante. "Soberania monetária" não é questão de retórica terceiro-mundista, é ferramenta essencial para estratégias de desenvolvimento e, mesmo, de estabilização. Há duas maneiras de um país permitir a consolidação da produção interna, enquanto não dispõe de vantagens comparativas adequadas: ou tarifas de importação elevadas ou câmbio desvalorizado. A OMC (Organização Mundial do Comércio) está gradativamente amarrando a possibilidade do uso de tarifas ou outras medidas de apoio. Se se tirar a possibilidade de utilizar o câmbio, como é que fica? Esse possível acha que é possível a um país abdicar de seus sonhos de desenvolvimento, da busca do crescimento? É evidente que não. |
Entrevista:O Estado inteligente
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terça-feira, janeiro 24, 2006
Luís Nassif - A soberania monetária
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