Entrevista:O Estado inteligente

sábado, novembro 14, 2009

O transatlântico de vinte andares

O maior já construído

Com vinte andares e até um parque interno, o Oasis of the Seas mostra
o apetite dos turistas por navios de cruzeiro cada vez mais suntuosos


Carolina Romanini

Divulgação


Desde que os cruzeiros marítimos deixaram de atender apenas os turistas ricos e se tornaram uma forma de lazer da classe média, a partir de meados dos anos 90, os navios construídos para essa finalidade estão cada vez maiores e mais suntuosos. Na semana passada, chegou ao litoral da Flórida o novo recordista dessa categoria, o Oasis of the Seas – o maior navio de passageiros que a engenharia naval já concebeu. Ele é capaz de transportar 6 360 passageiros, fora uma tripulação de 2 100 pessoas que trabalham em funções diversas. Construída por um estaleiro finlandês ao custo de 1,3 bilhão de dólares, a embarcação passará por uma série de testes finais até começar a transportar turistas pelos mares do Caribe, no início de dezembro. No ano que vem, um irmão gêmeo do navio, já batizado de Allure of the Seas, entrará em operação e dividirá com ele o título de o maior do mundo.

O otimismo da empresa proprietária dos dois navios, a Royal Caribbean, sediada em Miami, explica-se pelas cifras do mercado. Desde 1995, o número de passageiros que viajam em cruzeiros no mundo aumentou mais de 150%. No Brasil, a expansão dos cruzeiros marítimos foi ainda mais significativa. Segundo a Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas (Abremar), nos últimos oito anos a quantidade de passageiros em viagens desse tipo cresceu 620%. Em 2004, seis navios de grande porte fizeram cruzeiros na costa brasileira. No próximo verão, serão dezoito, que vão transportar quase 1 milhão de turistas.

Fotos divulgação

Estilo cruzeiro
O anfiteatro (à esq.) e o jardim interno do navio, em concepção artística: o objetivo é oferecer ambientes monumentais



O Oasis of the Seas oferece as atrações costumeiras dos navios de cruzeiro – mas em escala ampliada. Um parque interno, batizado de Central Park, para onde converge parte das cabines, reúne milhares de plantas. A embarcação tem sete áreas temáticas dedicadas a atividades diversas, mais do que qualquer outra de seu tipo. A pista de corrida, com 1 quilômetro, é a mais extensa de que se tem notícia num navio. Um anfiteatro, localizado na popa, conta com um palco que se transforma em piscina e serve para apresentações de shows aquáticos. Outro teatro terá em cartaz espetáculos consagrados da Broadway – a estreia será com Hairspray.

O Oasis of the Seas levou três anos para ser construído e traz aprimoramentos tecnológicos que vêm se tornando comuns nos novos navios de passageiros. Boa parte da energia utilizada a bordo é produzida pelo movimento das hélices de propulsão. A energia obtida dessa forma, ao longo de 24 horas, seria suficiente para abastecer 7 000 casas durante o mesmo período. Embora a embarcação leve apenas dezoito botes salva-vidas, cada um deles tem capacidade para 370 pessoas – que dispõem de banheiro a bordo. "A tecnologia dos navios de cruzeiro lançados recentemente é semelhante. Eles se destacam mesmo é pela exuberância", diz o engenheiro naval Rui Carlos Botter, da Universidade de São Paulo. Nesse quesito, o Oasis of the Seas supera os concorrentes.

Foto Celso Ávila/Xpress/Folhapress

Com reportagem de Nathália Butti

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