sábado, maio 24, 2008

Uma visão única de Jerusalém

Uma visão única de Jerusalém


Novo centro cultural no Rio de Janeiro
tem réplica da cidade sagrada


Silvia Rogar


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Sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos, Jerusalém é a cidade mais simbólica do mundo do ponto de vista histórico e religioso. Em sua existência de 4.000 anos, vem sendo alvo de disputas que envolveram babilônios, persas, romanos, macedônios, hebreus e árabes. Há registro de pelo menos 118 conflitos, que modificaram seu traçado. Entender a cidade e sua configuração no ano 66 d.C. é o que proporciona ao visitante a maquete de 730 metros quadrados, principal atração do Centro Cultural Jerusalém, que acaba de ser inaugurado no Rio de Janeiro, no bairro de Del Castilho, pela Igreja Universal do Reino de Deus. A maquete reproduz minuciosamente cada uma das principais edificações do período e foi inspirada no projeto do arqueólogo Michael Avi-Yonah. Ao longo da década de 1960, ele construiu, no hotel Holyland, em Jerusalém, a primeira grande reprodução da cidade sagrada, transferida há dois anos para o Museu de Israel. É uma cópia dela que o Brasil recebe agora. Toda feita de material retirado de blocos de pedra branca trazidos de lá, a maquete levou oito anos para ser concluída e é dotada de iluminação especial, com 12.000 lâmpadas, que simula as diversas horas do dia.

A Jerusalém no tempo do Segundo Templo, como é conhecido aquele período, já tinha edificações imponentes. A principal delas era o próprio santuário, cuja construção inicial data de 515 a.C. Era o centro religioso da cidade e onde se guardavam as escrituras sagradas, os livros e aconteciam as reuniões da mais alta corte da lei judaica durante o período romano. Foi ampliado em 20 a.C, no reinado de Herodes. Sua reconstrução demorou 46 anos. Foi a maior das obras monumentais de Jerusalém naquele período. Outra delas foi o palácio de Herodes, com cômodos para centenas de convidados. Também estão representadas na maquete as três muralhas que protegiam a cidade; os principais centros de lazer, como o anfiteatro e o hipódromo; e a Fortaleza Antônia, onde Jesus foi condenado e de onde saiu para a crucificação. Os judeus acreditam que o que restou do Segundo Templo é hoje o Muro das Lamentações, local sagrado de sua religião. A Igreja Universal do Reino de Deus é conhecida por fincar, desde o fim dos anos 1990, obras faraônicas em áreas movimentadas de grandes centros urbanos mundo afora e por transformar antigos cinemas em templos. Desta vez, deve-se dizer, fez bom uso do dízimo dos fiéis.

Colaborou Ronaldo Soares

Uma visão única de Jerusalém Quadro: Viagem ao passado