BRASÍLIA - Já matamos o Lula, já elegemos o Lula. Já matamos o
Alckmin, já vamos começar a eleger o Alckmin. Mas a verdade -e esse é
o maior mérito do Datafolha que sai hoje- é que os candidatos ainda
estão em fase de aquecimento e há muito jogo pela frente.
A pesquisa mostra que Lula está confortável, porém estável, e que
Alckmin continua atrás, mas com bom potencial. Aliás, como ele sempre
disse, em meio às críticas e à nuvem de descrença.
Um dado importante é que, apesar do crescimento do tucano, o petista
ainda vence no primeiro turno. Outro é que, apesar disso, a diferença
entre eles estreitou no segundo turno. Tem-se, então, que o objetivo
de Lula é vencer de cara, e o de Alckmin é forçar o segundo turno e
"zerar o jogo".
O Datafolha dá um susto em Lula, no Planalto, no PT e nos neo-aliados
muito afoitos, e dá um sopro de ânimo nos desanimados tucanos e
pefelistas. Só não deve alterar um outro componente poderoso: as
alianças regionais, que estão praticamente fechadas e mais
favoráveis, claro, a quem tem o poder e está na dianteira das pesquisas.
Um outro dado de avaliação é por que, afinal, Alckmin surpreende,
cresce e demonstra fôlego? Haverá muitas explicações, mas uma coisa é
certa: o aumento de exposição do tucano, tanto no programa de 30
minutos quanto nas inserções de 30 segundos do PSDB.
O PFL bateu pesado, mas Lula não caiu. O PSDB fez programas mornos,
bem-comportados, apresentando o candidato ao eleitorado, e ele
cresceu. Agora é saber se o bom resultado é efeito de um (que bateu),
de outro (que mostrou Alckmin), ou dos dois somados. Lembrando que,
independentemente disso, Lula continua na frente, ganhando no
primeiro turno.
O Datafolha derruba o salto alto e deflagra, finalmente, a eleição.