Folha de S Paulo
SÃO PAULO - Roberto Jefferson revelou-se profético como um Nostradamus tropical quando cantou sua opereta "somos todos iguais" no plenário da CPMI dos Correios.
Cada dia mais, evidencia-se que são mesmo. O notável é que o mais igual dos iguais é o tal de PT, que, antes, enchia a boca para indignar-se sempre que alguém fazia alguma denúncia contra o partido.
Seus líderes diziam que não eram "farinha do mesmo saco". Agora, ao contrário, ficam felizes como pintos no lixo (literalmente) ao se encontrarem com outros partidos no gigantesco pântano Brasil.
É impressionante, aliás, a quantidade de líderes partidários alcançados pela lama. Só do PT, há dois ex-presidentes e dois ex-líderes no Congresso. Do que se deduz que os que os elegeram ou são uns tolinhos distraídos ou são cúmplices.
Nos demais partidos, também só há, praticamente, "alto clero", a começar do presidente do PSDB.
No que pudicamente se chama de base aliada (não seria mais correto chamar de base cúmplice?), os acusados são líderes ou presidentes também. Ou ex-presidente, caso do próprio Roberto Jefferson.
Como é lógico supor que líderes só são escolhidos porque representam condignamente as bancadas ou partidos que os elegem, a conseqüência inescapável do "somos todos iguais" acabará sendo uma só: pizza tamanho gigante.
O mundo político não suportaria um expurgo genuíno, do tamanho correspondente ao gigantismo do pântano e do lixo.
Como o mundo político, no Brasil, transformou-se em um universo particular que gira de acordo com suas próprias conveniências, tudo o que fará será entregar algumas ovelhas (negras, é verdade) em sacrifício no altar da opinião pública.
E fará de conta que o pântano está limpinho, limpinho.
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