folha de s paulo
BRASÍLIA - Quando Roberto Jefferson começou a fazer acusações em série, o procurador-geral da República, Claudio Fonteles, tomou providências. Abriu uma investigação. Enviou ofícios para as pessoas citadas. Quis saber se tinham conhecimento do "mensalão" para deputados.
Ontem, Fonteles fez uma revelação. Lula não foi questionado. O procurador-geral da República julgou impertinente indagar ao presidente da República se e quando Roberto Jefferson lhe relatou o caso do "mensalão".
"O presidente foi excluído pelo próprio Roberto Jefferson", disse Claudio Fonteles ao ser indagado por jornalistas sobre o não-questionamento de Lula. É um raciocínio curioso.
Para o governo e acusados em geral, Roberto Jefferson não presta quando acusa. Por que então prestaria quando inocenta?
Esse é só mais um capítulo da parolagem complacente de governo e oposição com o presidente da República. De repente, o Brasil é obrigado a achar que Lula está acima do bem do mal, nunca erra, é incapaz de saber que uma sala do Planalto era usada para traficâncias -como acusa repetidamente Roberto Jefferson.
Dentro do Congresso, as brigadas petistas estão a postos. Citam artigos com raciocínios mirabolantes sobre o suposto "golpe branco" em gestação adiantada. A simples menção ao nome de Lula provoca um rápido "não é por aí". Bobagem. Ninguém sabe se "não é por aí". As investigações para valer ainda nem começaram.
Essa gente está desesperada. Confunde investigação com condenação. Típico de mentalidades atrasadas. Saudades da senzala.
Ontem, com seu usual gosto por imprecisão e megalomania, Lula disse: "Ninguém neste país tem mais autoridade moral e ética do que eu para fazer o que precisa ser feito". Poderia começar então explicando em detalhes sobre ter chamado Jefferson de "parceiro" e sugerido que pode dar ao petebista um cheque em branco.
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