BRASÍLIA - O PT tem a Presidência da República, mas saiu desidratado nos Estados em 2002. Ganhou apenas governos periféricos, como Acre, Mato Grosso do Sul e Piauí. Juntos, esses três só têm 3,19% do eleitorado nacional. É quase nada.
A idéia dos petistas lulistas é ampliar o número de governos estaduais no ano que vem para, pelo menos, dez. Querem manter em marcha os sonhos hegemônicos da sigla e tornar mais suave a tentativa de reeleição de Lula em 2006 -um projeto ainda para lá de aberto.
A peça central nessa estratégia é o PMDB. Esse partido será convidado a ser aliado do PT em até 22 Estados. Só cinco ficam de fora: Acre, Bahia, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
O combustível dessa aliança tem dois componentes. Primeiro, a ampliação máxima da fisiologia federal nos próximos meses. Cargos e verbas serão derramados pelo PT no colo dos integrantes do PMDB no Congresso e nos ministérios. O segundo item da fórmula será a mão-de-ferro da cúpula petista federal sobre os seus diretórios estaduais.
Petistas em Santa Catarina e Paraná podem tirar o cavalo da chuva. Terão de engolir em seco e apoiar a reeleição dos governadores Luiz Henrique e Roberto Requião, respectivamente, que são do PMDB.
Lula se convenceu de que cometeu um erro ao não forçar alianças com o PMDB no ano passado, em locais estratégicos como a cidade de São Paulo. Acredita que esse foi um dos motivos da derrota da Marta Suplicy. No que depender de Lula, PT e PMDB serão unha e carne em 2006.
Hoje, a direção nacional do PT faz sua primeira reunião do ano com a presença dos presidentes regionais petistas de todos os Estados. Será o primeiro passo para o enquadramento geral. Se vai dar certo, é outra história. O que é seguro é que o PT vai, lenta e gradualmente, ficando cada vez mais distante do partido fundado no início dos anos 80.
FOLHA DE S.PAULO
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