sábado, dezembro 19, 2009

VEJA Recomenda e Os mais vendidos


DVD


MAD MEN – A PRIMEIRA TEMPORADA
(Estados Unidos, 2007. Universal)

Everett Collection/Grupo Keystone

DVD
Os profissionais
dos anos 50
em Mad Men:
vidas ideais
afundando na infelicidade


É o fim da década de 50 e Don Draper (Jon Hamm) é um dos grandes talentos de uma força nascente: a publicidade. Don é diretor de criação de uma agência da Madison Avenue (daí Mad Men), tem uma mulher linda (January Jones) e uma casa ideal. Ainda assim, está afundando em infelicidade. Como, aliás, todos os personagens desse drama magnífico, que os treze episódios da primeira temporada desenvolvem com maestria. Como a secretária que aspira a ser algo mais em um mundo exclusivamente masculino (Elizabeth Moss), o executivo menos do que talentoso que é desprezado por sua família esnobe, o desenhista que posa de machão e é homossexual enrustido e a própria mulher de Don, um modelo de perfeição que está secretamente à beira de ruir. O criador da série, Matthew Weiner, é um perfeccionista contumaz, e só a recriação da virada dos anos 50 para os 60 já justificaria a atenção que o programa ganhou desde seu início. Mas Weiner mira bem mais alto. Seu objetivo é capturar um desses momentos fulcrais de mudança social e os abalos que eles provocam nos indivíduos.

CINEMA

SEMPRE AO SEU LADO (Hachiko: A Dog’s Story, Estados Unidos, 2009. Estreia na próxima sexta-feira)

Everett Collection/Grupo Keystone

CINEMA
Richard Gere e o cão akita em
Sempre ao seu Lado: afeição ilimitada

Entre os filmes de cachorrinho, este é um exemplar à parte: o cão não é pretexto para os dramas humanos, mas o protagonista de fato. E com que categoria. Trata-se de um akita, antiga linhagem japonesa conhecida pela inteligência e elegância. E também pela afeição ilimitada, como ilustra a história verídica ocorrida no Japão dos anos 20 e 30 que o diretor Lasse Hallström adapta para os dias de hoje. Aqui, um filhote de akita despachado de um mosteiro japonês se perde na estação de trem de uma cidadezinha americana. Mas Hachiko, ou apenas Hachi, como virá a ser chamado, logo escolhe um dono: o músico Parker Wilson (Richard Gere). Hachi ama Parker e não suporta se separar dele. Todos os dias o acompanha até a estação de trem e depois aguarda ali seu retorno. Um dia, porém, o dono morre e Hachiko passa a década seguinte voltando todos os dias à estação, sob neve, chuva e sol, sempre à sua espera. Este filme manso e discreto homenageia sentimentos que ultrapassam o melhor de que um ser humano seria capaz. Tanto que Gere parece bem feliz em deixar que o cão roube a cena.

DISCO

Gie Knaeps/LFI

DISCO
John Paul Jones, do Them Crooked Vultures: o ex-Led Zeppelin em uma nova superbanda


THEM CROOKED VULTURES (Sony/BMG)
O Them Crooked Vultures é o que se costuma chamar de superbanda – um grupo composto de nomes consagrados em outras formações. John Paul Jones (baixo) e Dave Grohl (bateria) são mestres em seus instrumentos e integraram bandas que fizeram a diferença na história do rock – Jones foi do Led Zeppelin e Grohl, atualmente nos Foo Fighters, era do Nirvana. O guitarrista e vocalista Josh Homme, que completa o trio, está um pouco atrás dos companheiros em biografia e virtuosismo (ele integra o Queens of Stone Age e Eagles of Death Metal). Mas Homme compensa essa deficiência (se é que a palavra cabe) com um talento inigualável para a composição. É ele quem define a sonoridade do CD de estreia do Them Crooked Vultures, que parece uma versão aprimorada do Queens of Stone Age (sem as impurezas características da banda do guitarrista). Homme também é um grande criador de fraseados de guitarra, como se pode perceber em No One Loves Me & Neither Do I e Gunman. Os fãs do Led Zeppelin vão se comover com Scumbag Blues, que lembra os flertes do quarteto inglês com a música negra.

LIVROS

CHAGALL, de Jackie Wullschlager (tradução de Maria Silvia Mourão Netto; Globo; 736 páginas; 89 reais
O francês Martin Page, de 34 anos, é autor de Como Me Tornei Estúpido, divertido (ainda que um tanto ingênuo) romance sobre um intelectual parisiense que conclui que a inteligência só lhe traz infelicidade – e decide ficar burro. Em Talvez uma História de Amor, o protagonista é mais uma vez uma figura deslocada e solitária: o publicitário Virgile, que mora em um bairro decadente de Paris e se mantém a distância de qualquer vida social. Certo dia, ao chegar em casa do trabalho, ele ouve o recado que Clara lhe deixou na secretária eletrônica, rompendo definitivamente o namoro. O problema é que Virgile não tem namorada e não conhece nenhuma mulher chamada Clara. Ele chega a imaginar que sofre de alguma forma de amnésia. E, mesmo sem saber quem é a mulher da mensagem, decide que vai encontrá-la para reatar o namoro – o que o lança em um imprevisível roteiro de comédia romântica. Leia o trecho.

Philadelphia Museum/Corbis/Latinstock

LIVRO
Tela de Marc Chagall: biografia que resume o século XX

A MORTE DE UM CAIXEIRO-VIAJANTE E OUTRAS 4 PEÇAS, de Arthur Miller (tradução de José Rubens Siqueira; Companhia das Letras; 464 páginas; 43 reais)

Arthur Miller (1915-2005) é, ao lado de Tennesse Williams e Eugene O’Neill, um dos grandes dramaturgos americanos do século XX. Autor de mais de trinta peças de teatro, além de romances, peças para rádio e roteiros de cinema, Miller também é lembrado por seu breve casamento com Marilyn Monroe e por ter sido perseguido pelo macarthismo, a histérica caça aos comunistas que sitiou a vida cultural americana nos anos 50. O clima opressivo daqueles anos, aliás, está representado em uma das cinco peças reunidas neste livro: As Bruxas de Salém usa um episódio histórico – o julgamento e a execução de "feiticeiras" na cidade de Salem, em 1692 – para construir uma habilidosa alegoria das audiências conduzidas pelo senador Joseph McCarthy. A Morte de um Caixeiro-Viajante é talvez a obra-prima de Miller: um excruciante exame dos pequenos fracassos na vida de Willy Loman, um vendedor sessentão que é tratado com desdém pelo chefe mais jovem.

Os mais vendidos

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