Cá pra nós, dá ou não a sensação de que Lula está rindo da cara dos outros ao empurrar a reforma ministerial indefinidamente com a barriga? Primeiro, iria divulgá-la em novembro. Depois, passou para dezembro. Ficou para janeiro, junto com a posse. Por último, para antes do Carnaval. Agora, nem depois do Carnaval. Na novíssima versão do Planalto, a reforma é coisa para depois da convenção do PMDB, em 11 de março. E olhe lá. Com isso, Furlan e Thomaz Bastos, por exemplo, não conseguem tocar suas vidas e voltar a seus escritórios da iniciativa privada. Nem seus sucessores no Desenvolvimento e na Justiça conseguem assumir a cadeira, Nem os assessores de um e de outro têm ao menos idéia de onde matricular os filhos. Parece brincadeira. Na mais recente versão, atualizada dia a dia, Lula primeiro trata de encaixar os menores partidos (como PSB, PTB e PC do B) nos menores cargos para depois cuidar do PMDB, o velho problemaço de sempre, e por fim enrolar o PT, que está bem inquieto -e, convenhamos, com boas razões. Os petistas diretamente envolvidos com a vitória de Arlindo Chinaglia para a presidência da Câmara já davam como certa a ida de Marta Suplicy para a Educação. A pressão para manter o técnico Fernando Haddad cresceu, e Marta começou a ser deslocada para Cidades. Mas, aí, foi o PP que reagiu. Resultado: em vez de um ministério na mão, Marta tem dois voando. Na semana passada, Lula mandou um recado para os petistas agoniados para ter ministério ou para nomear ministros: "Querer eles podem até querer, mas quem decide sou eu", declarou, acrescentando que não tem a menor pressa. Ele talvez não tenha mesmo. Quem tem pressa é o país. Mais até do que os partidos, os ministros e os técnicos que saem e até os que entram. Ou querem entrar. |