quinta-feira, agosto 31, 2006

Eliane Cantanhede - No mesmo saco




Folha de S. Paulo
31/8/2006

O senador Antero Paes de Barros está para o escândalo dos sanguessugas assim como o também senador Eduardo Azeredo está para o do mensalão. Eles metem o PSDB no saco de acusados e minam o discurso ético da oposição.
Azeredo, que presidiu o PSDB, é uma espécie de prova viva de que o esquema Marcos Valério começou para o financiamento de campanha de tucanos em Minas e só depois evoluiu para uma central do PT e do governo Lula para a compra de partidos e de votos no Congresso.
Antero foi da CPI do Banestado e da CPI dos Bingos, é titular do Conselho de Ética do Senado e entrou no último lote (três parlamentares) da extensa lista de suspeitos sanguessugas. Tornou-se mais uma dor de cabeça para Alckmin.
Azeredo é emblemático pelo alto cargo e por dividir as culpas do valerioduto. Antero, porque, além de virulento acusador dos petistas nos seus cargos do Senado, passa a ser o único tucano incluído na CPI dos Sanguessugas. O outro, um deputado, desligou-se do partido.
Ontem, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, reuniu-se longamente com tucanos. Imaginava-se que para discutir as pesquisas, a campanha ou o oportunismo do governador Lúcio Alcântara (CE), que aderiu a Lula no Planalto a dias da eleição. Nada disso. Um dos maiores problemas dos tucanos é Antero, que entrou em cena num capítulo eletrizante da campanha: justamente quando Alckmin e os tucanos decidiram abrir guerra contra Lula e o PT.
As armas de Alckmin são cuecas, Land Rover, Dirceu, Palocci, Delúbio, Silvinho, Waldomiro e por aí afora. Mas bastam um só Azeredo e um só Antero para o ricochete. E para legitimar o pretexto de artista que antes pregava a ética e agora quer votar em Lula: não dá para fazer política sem... sujar a mão. Tradução: são todos iguais.(Embora para um analista isento não seja isso,é o que fica-th)