FOLHA
BRASÍLIA - Ufa, enfim o Natal chegou! Agora, é a contagem regressiva para o fim de um ano que trouxe desmistificação, desilusão, desencanto e uma perplexidade coletiva.
Estamos todos exaustos: os que foram denunciados, os que denunciaram, os que perderam o mandato e os que podem perdê-lo, além de nós, que noticiamos, e você, que nos lê e ouve toda essa maluquice sem fim.
Nós sabemos como chegamos ao fim do ano, estropiados. Mas ninguém sabe, nem os principais interessados, como começaremos o próximo. Em 2006, a pauta política vai ser toda em torno da eleição presidencial, das eleições estaduais. Com mais um aprendizado: até onde toda a crise afetou o processo político e o ânimo do eleitorado.
E os candidatos estão indefinidos. Lula chega ferido, com um partido em frangalhos e sem expectativas alvissareiras de alianças para a reeleição, com uns (da oposição) e outros (do próprio governo) admitindo até a hipótese (improvável) de que ele nem sequer dispute.
Geraldo Alckmin e José Serra disputam a sigla do PSDB, que será, certamente, muito forte e com boas chances de chegar ao segundo turno. Alckmin encerra um longo ciclo bem avaliado no governo do principal Estado e é considerado "confiável" pelo establishment, cansado de aventuras. Serra é mais nacional e tem a grande vantagem das pesquisas.
Há, ainda, Garotinho, uma incógnita; a coceira do PMDB para lançar um candidato próprio que não seja ele; e Heloisa Helena, que não ganha, mas tira voto de Lula.
O ano acaba, e o Natal chegou, mas não tenha pressa. Qualquer definição eleitoral, seja de candidaturas, seja de alianças, seja de reais chances de vitória, só em março.
Então, esqueça a política e aproveite o Natal e o Réveillon. Caia na folia! Ou afogue as mágoas...