FERNANDO RODRIGUES:A gênese da crise TÓQUIO - Lula teve um almoço com brasileiros no sábado, em Nagóia. Era o último trecho de seu giro pelo Oriente, depois de visitar Seul (Coréia do Sul) e Tóquio (aqui no Japão). O petista estava animado. Saiu da Ásia deixando um saldo de dezenas de acordos e memorandos assinados. Os contratos podem resultar em investimentos de US$ 4 bilhões com os coreanos e US$ 2,1 bilhões com os japoneses. A conferir.
Na frente dos brasileiros locais em Nagóia, Lula fez um auto-elogio. "Enquanto tinha gente que viajava para o exterior para receber título de doutor honoris causa, eu viajo para vender e promover o país."
Mais adiante, o petista atacou Fernando Henrique Cardoso de maneira mais direta. Disse que o tucano "se perdeu" ao ter entrado no projeto da reeleição. Nesse ponto, Lula voltou a repetir seu raciocínio sobre o tema. Acha que só vale a pena se: 1) houver segurança de que um segundo mandato será melhor que o primeiro e 2) se não for necessário fazer o que chama de "alianças espúrias".
Tem chamado a atenção nas observações mais recentes de Lula a freqüência com que ataca FHC. O petista também repete à exaustão sua tese sobre reeleição.
A animosidade contra FHC é natural. O tucano provoca. Já no caso da reeleição, é difícil perscrutar a cabeça do presidente. Quando fala em não fazer "alianças espúrias", fica uma dúvida: será que Lula considera coerentes os acertos que fez com o PP (ex-Arena e partido de Paulo Maluf) e PTB (Roberto Jefferson)?
Essa confusão mental do presidente da República é a gênese de todos os desacertos na área política de seu governo. Assim como não vê nada espúrio em defender o PTB, só enxerga problemas nos outros. Muitas vezes, a crise se instala por causa da análise errada que o governante faz da conjuntura. Além da dificuldade para admitir seus desacertos.
folha de s paulo
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