BRASÍLIA - Mais uma vez a popularidade do governo Lula repete a da administração FHC. Depois de dois anos e dois meses de mandato, o petista está com 42,6% de aprovação. O tucano tinha 42% na primeira semana de março de 1997.
Os números são do Instituto Sensus, que fez pesquisa nacional entre 15 e 17 deste mês. A margem de erro máxima é de três pontos percentuais.
A curva de popularidade do governo Lula até agora tem sido quase idêntica à de FHC no seu primeiro mandato. São dois políticos de origens distintas, o país vive uma conjuntura bem diferente hoje, mas o eleitorado dá ao petista o mesmo grau de paciência quase infinita que concedeu ao tucano.
Em 1997, já estava claro que o país vivia uma fantasia com o real valendo quase a mesma coisa que o dólar. Ainda assim, FHC arrancou do Congresso a emenda da reeleição. Em 1998, o tucano se reelegeu no primeiro turno para um novo mandato.
Lula embrenhou-se pelo mesmo caminho. Qualquer um sabe que a política de juros altos é insustentável a médio prazo. O país pagará essa conta mais adiante, mas a vocação para o auto-engano faz com que o eleitor ignore a barafunda.
Essa benevolência do brasileiro também está presente nas projeções de cenários eleitorais para 2006. Lula vence todos os possíveis concorrentes no primeiro turno. É cedo demais para fazer esse tipo de futurologia, mas trata-se de um indicador de que o clima atual é favorável ao petista.
Lula, assim como FHC, descolou-se de seu governo. A popularidade pessoal do petista está mais de 20 pontos acima de sua administração.
Tudo somado, a pesquisa Sensus revela que o petista e o tucano criaram um padrão de governo para o Brasil. Estabilizam a economia usando algum instrumento fajuto (dólar sobrevalorizado e/ou juro alto) e conseguem se manter no poder. O desafio da oposição é furar esse ciclo perverso. Até agora, não há sinal de que alguém esteja perto de conseguir.
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