sábado, dezembro 29, 2007

Oposição reage com irritação e críticas

O Estado de S. Paulo

Presidente deveria fazer discussão séria do gasto público, diz Guerra

Brasília

A oposição e até um senador da base governista criticaram ontem o teor do pronunciamento presidencial. O inventário otimista das ações do governo e a menção a processo “truncado” de avanço na saúde por causa do fim da CPMF serviram de munição aos adversários.

Embora a estocada na oposição tenha sido leve, tanto tucanos como integrantes do DEM reagiram em decibéis elevados. “Lula deveria fazer uma discussão séria e honesta sobre o gasto público, o Orçamento e os investimentos, mas isso nunca ocorreu nos cinco anos do governo dele”, protestou o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). “Basta ver a tramitação do Orçamento no Congresso, que é um escândalo.” Para ele, Lula “passou a impressão de que não sabe perder”.

Senador da base de apoio do governo, Romeu Tuma (PTB-SP) disse que, ao assistir ao pronunciamento, confirmou ter agido corretamente quando votou contra o governo. “O presidente foi réu confesso”, afirmou. “Ele disse que o dinheiro do imposto do cheque seria usado para a assistência médica das crianças. E o que foi feito com a CPMF nesses anos todos, se o governo admitiu que não fazia o que já deveria ter feito?”

VERBA DA SAÚDE

Um dos articuladores da derrota do Planalto, o senador José Agripino Maia (RN), líder do DEM, foi na mesma linha. “Lula insistiu em que a CPMF era responsável pelos investimentos na saúde. Então, como é que nos cinco anos do governo Lula a saúde chegou a esse estado lamentável?”

Tanto o DEM como o PSDB destacaram que o presidente “faltou com a verdade” ao dizer que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinaria mais R$ 24 bilhões para a saúde até 2011.

“Lamentavelmente, os brasileiros testemunharam, pelo quinto ano consecutivo, o fracasso do governo Lula na saúde, educação e segurança”, atacou o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).
ANA PAULA SCINOCCA E VERA ROSA