Sindicalistas não comentam declaração de Lula
Site da CUT traz notícia velha sobre alta da Selic; partidos de oposição criticam presidente; para PPS e PDT, afirmação foi "escárnio ao povo brasileiro"
Enquanto os empresários saíram em defesa dos brasileiros acusados de comodismo por Lula, os dirigentes das principais centrais sindicais do país — a CUT e a Força Sindical — ignoraram a declaração do presidente. O mesmo não aconteceu com os partidos de oposição. Os presidentes do PDT, Carlos Lupi, e do PPS, deputado federal Roberto Freire (PE), divulgaram nota em que consideram a afirmação do presidente "um escárnio ao povo brasileiro, pressionado cada vez mais por juros escorchantes".
Os dois políticos disseram ainda que, "antes de insanidade conceitual", a afirmação "só pode ser analisada como quimera de mesa de bar". Em discurso no Senado, o líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM), disse que o presidente foi "destemperado" e "descortês" ao dizer que os brasileiros não levantam "o traseiro da cadeira" para encontrar juros menores. Virgílio ainda apontou que os juros cobrados pelo Banco do Brasil no programa de crédito consignado, à diferença do que dissera Lula, não são de 1,5% ao mês, mas de 4,65%. "Ou Lula está mal-informado, ou o Banco do Brasil desconhece as ordens do presidente", disse.
O vice-presidente da Câmara, José Thomaz Nonô (PFL-AL), fez um discurso na tribuna da Câmara nesta terça-feira com duras críticas a Lula. Segundo o pefelista, o presidente insultou os cidadãos ao dizer que eles são incapazes de "levantar o traseiro" da cadeira para mudar de banco e fugir dos juros altos do cheque especial e do cartão de crédito. "O Lula é uma máquina de dizer bobagens, um manancial de lugares comuns, uma fonte inesgotável de metáforas de quarta categoria", disse.
Sindicalistas
No site da CUT, ligada ao PT, o que havia de mais próximo do tema era uma nota sobre a última alta da taxa Selic, promovida na quarta-feira passada. Assinada por Luiz Marinho, presidente da central, o texto cobra de Lula "uma providência urgente em relação à política de juros, para que a sociedade não continue sendo afrontada pelo Copom [Comitê de Política Monetária, que define a taxa de juros]".
A Força Sindical divulgou declarações de seu presidente, Paulo Pereira da Silva, comentando a taxa de desemprego de 17,3% na Região Metropolitana de São Paulo, divulgada nesta terça. No texto, o sindicalista diz que o índice é fruto, entre outras coisas, da "política recessiva de aumento constante de juros".
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