GAZETA DO POVO - PR - 15/12
O jornal Valor Econômico estampou, no fim do mês passado, matéria preocupante sobre a situação econômico-financeira da Petrobras. De acordo com o jornal, a “observação dos indicadores nos últimos 19 anos mostra que a situação financeira da estatal atualmente se compara apenas com aquela vista no fim da década de 1990, quando o tamanho era metade do atual em termos de produção e a cotação do petróleo oscilava em média abaixo de US$ 20, ante os mais de US$ 100 atuais. Desde aquela época, a margem bruta da companhia não caía abaixo de 30% e nem a margem líquida se mostrava inferior a 10%, como ocorreu em 2012 e se repete até setembro de 2013 (...) Em termos de endividamento, a relação entre a dívida líquida e o patrimônio líquido, que atingiu 56,24% em setembro, também é a maior desde 1999”.
Como chegamos a esse descalabro? Má gestão! Decisões políticas e corporativistas predominam no dia a dia da estatal, transformando-a em mero joguete nas mãos de políticos oportunistas e grupelhos sindicais, no lugar de servir aos interesses de consumidores e acionistas, como seria esperado por qualquer investidor.
Por essas e outras, ainda que este escriba tivesse muito dinheiro sobrando, jamais colocaria suas economias em ações da Petrobras. Não que o petróleo seja um mau negócio, longe disso. O problema é a sociedade com o governo, que transforma as empresas estatais em entidades normalmente ineficientes, mal administradas, tocadas por funcionários improdutivos e utilizadas para fins político-eleitoreiros.
Alguns dirão que exagero, principalmente os neófitos dos monopólios estatais e da administração pública em geral. Será?
Peguem, por exemplo, a estapafúrdia história da aquisição daquela refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos. Depois de diversas trapalhadas e de uma disputa judicial com os antigos sócios, a Petrobras fechou um acordo segundo o qual irá pagar o valor total de US$ 1,18 bilhão pelo controle de uma refinaria que, segundo as estimativas mais favoráveis, não valeria hoje 10% disso. Alguém foi punido ou demitido?
Querem mais? Em 2005, foi anunciado ao país, com toda a pompa e circunstância (o setor de marketing é, sem dúvida, o mais ativo da empresa), que a Petrobras havia alcançado um patamar de produção necessário para que o Brasil pudesse ser considerado autossuficiente em petróleo. Nacionalistas e protecionistas, tanto à esquerda quanto à direita, rejubilaram-se com o grande acontecimento. Mas eis que tudo não passou de propaganda enganosa. Estima-se que em 2013 o país tenha um déficit próximo de US$ 12 bilhões na “conta petróleo”, já que a produção praticamente estagnou desde então, enquanto a demanda não parou de crescer.
Como ensinou o economista Murray Rothbard, empreendimentos estatais estão fadados ao fracasso pelo simples motivo de que “é impossível brincar de empresa”. Empreender significa arriscar o próprio dinheiro. Burocratas e políticos não têm incentivo real para desenvolver habilidades empresariais, para se ajustar às demandas do consumidor ou para reduzir custos. Simplesmente porque não arriscam o próprio dinheiro no negócio, mas o dinheiro dos outros.
Infelizmente, poucos têm coragem para falar em privatização, mas seria melhor que se pensasse nisso rápido, enquanto ainda há tempo.
O jornal Valor Econômico estampou, no fim do mês passado, matéria preocupante sobre a situação econômico-financeira da Petrobras. De acordo com o jornal, a “observação dos indicadores nos últimos 19 anos mostra que a situação financeira da estatal atualmente se compara apenas com aquela vista no fim da década de 1990, quando o tamanho era metade do atual em termos de produção e a cotação do petróleo oscilava em média abaixo de US$ 20, ante os mais de US$ 100 atuais. Desde aquela época, a margem bruta da companhia não caía abaixo de 30% e nem a margem líquida se mostrava inferior a 10%, como ocorreu em 2012 e se repete até setembro de 2013 (...) Em termos de endividamento, a relação entre a dívida líquida e o patrimônio líquido, que atingiu 56,24% em setembro, também é a maior desde 1999”.
Como chegamos a esse descalabro? Má gestão! Decisões políticas e corporativistas predominam no dia a dia da estatal, transformando-a em mero joguete nas mãos de políticos oportunistas e grupelhos sindicais, no lugar de servir aos interesses de consumidores e acionistas, como seria esperado por qualquer investidor.
Por essas e outras, ainda que este escriba tivesse muito dinheiro sobrando, jamais colocaria suas economias em ações da Petrobras. Não que o petróleo seja um mau negócio, longe disso. O problema é a sociedade com o governo, que transforma as empresas estatais em entidades normalmente ineficientes, mal administradas, tocadas por funcionários improdutivos e utilizadas para fins político-eleitoreiros.
Alguns dirão que exagero, principalmente os neófitos dos monopólios estatais e da administração pública em geral. Será?
Peguem, por exemplo, a estapafúrdia história da aquisição daquela refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos. Depois de diversas trapalhadas e de uma disputa judicial com os antigos sócios, a Petrobras fechou um acordo segundo o qual irá pagar o valor total de US$ 1,18 bilhão pelo controle de uma refinaria que, segundo as estimativas mais favoráveis, não valeria hoje 10% disso. Alguém foi punido ou demitido?
Querem mais? Em 2005, foi anunciado ao país, com toda a pompa e circunstância (o setor de marketing é, sem dúvida, o mais ativo da empresa), que a Petrobras havia alcançado um patamar de produção necessário para que o Brasil pudesse ser considerado autossuficiente em petróleo. Nacionalistas e protecionistas, tanto à esquerda quanto à direita, rejubilaram-se com o grande acontecimento. Mas eis que tudo não passou de propaganda enganosa. Estima-se que em 2013 o país tenha um déficit próximo de US$ 12 bilhões na “conta petróleo”, já que a produção praticamente estagnou desde então, enquanto a demanda não parou de crescer.
Como ensinou o economista Murray Rothbard, empreendimentos estatais estão fadados ao fracasso pelo simples motivo de que “é impossível brincar de empresa”. Empreender significa arriscar o próprio dinheiro. Burocratas e políticos não têm incentivo real para desenvolver habilidades empresariais, para se ajustar às demandas do consumidor ou para reduzir custos. Simplesmente porque não arriscam o próprio dinheiro no negócio, mas o dinheiro dos outros.
Infelizmente, poucos têm coragem para falar em privatização, mas seria melhor que se pensasse nisso rápido, enquanto ainda há tempo.