Ex Blog Cesar Maia
Repetição da nota deste Ex-Blog do dia 17/11/2010 a pedidos.
1. Em dezembro de 2006, o governador eleito pediu que a Prefeitura do Rio assumisse o trânsito com a Guarda Municipal e substituísse a PM, de forma a liberar PMs. O prefeito lembrou duas coisas: a) que a GM não tinha efetivo para isso. b) Que grandes cidades como Nova York tinham feito caminho inverso, ou seja, o trânsito foi transferido para a polícia.
2. A GM assumiu o trânsito do Centro e, depois de muita insistência, da alta zona sul. Mas desde o ano passado a PM foi saindo do trânsito e hoje é uma raridade encontrar um PM no trânsito da capital. A prefeitura terceirizou parte do serviço com um pessoal com a marca da CET-RIO que sequer tem poder para multar por não serem servidores nem da administração direta nem indireta.
3. Anos atrás, quando o anterior prefeito visitava o sistema de segurança de Nova York, perguntou a razão do trânsito ter sido assumido pela polícia. A resposta foi pronta: a polícia no trânsito é polícia na rua. Um assalto em loja, residência ou mesmo na rua, ou a captura de um delinquente, a polícia no trânsito recebe ordem por rádio e bloqueia a área que se fizer necessária. E sempre que desconfia de movimentação, informa por rádio ao policiamento ostensivo da área.
4. A polícia no trânsito reduz a mobilidade dos bandidos, amplia o risco deles em "street crimes" e afunila seus pontos de fuga, por qualquer razão. O que fez o governador e seu secretário de segurança, ao retirar a polícia do trânsito, foi dar flexibilidade e mobilidade ao crime nas ruas, e especialmente aquele que usa carros para assaltar e para fugir, ou seja, os arrastões, que já têm frequência de um por dia nas últimas semanas.
5. Se a polícia não retornar ao trânsito, os arrastões, crimes na rua, e agora carros queimados, só vão aumentar. O que ocorre, portanto, é de responsabilidade –digamos, técnica- total do governador e seu secretário de segurança, que na ânsia de ter mais PMs disponíveis, perderam o controle das ruas.