sábado, maio 30, 2009

Radar

da Veja


Lauro Jardim
ljardim@abril.com.br

 

Meio embaixador em Roma

Wilson Dias/ABR
Imbróglio Viegas: resistência italiana

José Viegas Filho já recebeu o agreement do governo italiano para ser o novo embaixador brasileiro em Roma. Mas, por causa do rolo causado pela decisão de Tarso Genro de não extraditar o ex-terrorista Cesare Battisti, Viegas não consegue entregar as credenciais ao governo da Itália. Os italianos simplesmente não o recebem – e, sem esse procedimento formal, ele não pode ser de fato embaixador. Devem estar esperando o STF decidir o destino de Battisti. Viegas já está há dois meses ocupando o Palácio Pamphili, a imponente sede da embaixada brasileira. Mas está lá como uma espécie de meio embaixador.

 

• Eleições 2010

Agro... o quê?
Aécio Neves e José Serra conversaram pelo telefone na noite de quinta-feira e bateram o martelo: estarão juntos nesta sexta-feira num evento em Belo Horizonte e, de lá, seguirão para um encontro do PSDB em Foz do Iguaçu. Debaterão o agronegócio com tucanos. Difícil será alguém prestar atenção no tema proposto. Estarão todos querendo ouvir nas entrelinhas eventuais recados sobre a corrida presidencial.

Antonio Milena/AE
Pesquisa baiana Wagner: portador 
de boas-novas para Dilma


Capital da Dilma

Jaques Wagner deu a Dilma Rousseff a seguinte informação num encontro ocorrido na quinta-feira em Brasília: uma pesquisa encomendada pelo seu governo a um instituto baiano registrou um empate técnico entre ela e José Serra em Salvador. Ambos estariam na faixa dos 35 pontos. No estado inteiro, Serra ganharia de 43 a 30 pontos. A Bahia – e isso a pesquisa do Vox Populi divulgada pelo PT na semana retrasada já registrara – é o estado onde Dilma tem os porcentuais mais altos de intenção de voto.

 

• Governo

Estatal enxuta?
A Petrosal, a estatal que cuidará do pré-sal, será criada com cerca de 100 funcionários (resta saber quando começará a inchar...). Segundo o projeto que Edison Lobão envia a Lula dentro de duas semanas, os servidores serão todos concursados. Nomeada, somente a diretoria. A sede ficará em Brasília, bem longe da Petrobras.

 

• Brasil

Quem sabe
De um experiente senador sobre a CPI da Petrobras: "O governo está preocupado porque acha que a oposição sabe o que ela ainda não sabe".

A lista da Camargo
Uma extensa – e ainda inédita – lista de doações para partidos e políticos que a Polícia Federal apreendeu na Camargo Corrêa há dois meses é a próxima bomba a estourar no colo de uns e outros.

 

• PT

Longa novela
A novela que Gilberto Carvalho, chefe de gabinete da Presidência da República, protagoniza no PT (será ou não candidato à presidência do partido?) tem chance de durar mais dois meses. Somente no dia 22 de julho termina o prazo para a inscrição dos postulantes ao cargo. Será uma longa campanha: a votação acontecerá no fim de novembro. Se Carvalho não topar, José Eduardo Dutra o substituirá.

 

• Economia

A volta do J. Safra
O J. Safra está sendo recriado para operar separadamente do Banco Safra, ao qual hoje é integrado. Será tocado por David, 27 anos, filho de Joseph Safra.

O BB do B
Petistas inconformados com o poder de Ricardo Berzoini dentro do Banco do Brasil cunharam uma sigla-provocação para fustigá-lo: BB, Banco do Berzoini. Além de presidente do PT e ex-presidente do sindicato dos bancários, Berzoini é funcionário de carreira do BB (neste caso, Banco do Brasil).

O dendê da Vale
A Vale vai produzir biodiesel. Está comprando um pedaço de uma empresa do setor e formará um consórcio para produzir combustível a partir do óleo de dendê. A Vale é a maior consumidora de óleo combustível do país e quer (mais do que isso, precisa) reduzir suas emissões de gases do efeito estufa. O valor dessa aquisição está incluso nos 900 milhões de dólares que a companhia está investindo em sustentabilidade neste ano.

 

• Religião

Renascer na terra do Senhor do Bonfim
A Igreja Renascer em Cristo – aquela do casal Hernandes, que foi preso nos Estados Unidos com dinheiro até dentro da Bíblia e cujo fiel mais célebre é Kaká – está mandando para a Bahia o seu principal braço político, o deputado federal Bispo Gê Tenuta. Consolidada em São Paulo, onde tem mais de 180 templos, a Renascer focará agora a expansão para o Nordeste, a partir da terra do Senhor do Bonfim.

 

• Aviação

Lanche cobrado
A boa notícia: a partir de segunda-feira, quem voar pela Gol saindo do Aeroporto de Cumbica poderá comer mais do que amendoim e beber refrigerantes. Serão oferecidos vários tipos de sanduíche, cappuccino, achocolatados, chás diversos, chocolates, vinhos importados etc. A má notícia: a Gol cobrará por tudo isso. Será a primeira no Brasil a adotar um modelo que algumas companhias aéreas de baixo custo na Europa e nos EUA já utilizam: a cobrança do serviço de bordo. De graça, portanto, apenas a dupla amendoim e refrigerante. Já barrinhas de cereal, nem pagando: foram aposentadas pela Gol. Inicialmente, só os voos de Cumbica para Recife, Belém, Salvador e Porto Alegre terão a novidade, que será estendida aos poucos para todas as rotas.

 

• Televisão

A disputa pela vice
Maio chega ao fim reinaugurando a acirrada briga entre Record e SBT pela vice-liderança. Segundo dados do Ibope, até 25 de maio a Record alcançou 5,59 pontos de audiência em todo o Brasil nas 24 horas do dia. O SBT ficou com 5,32 pontos (a Globo tem o triplo disso). A diferença entre as duas redes é de magro 0,27 ponto. Há dois meses, era de 1,28 – quase cinco vezes mais.

 

• Mensalão

Fabio Rodrigues Pozzebon/ABR
Longa jornada Barbosa: às voltas com ardis dos mensaleiros


Pedras no caminho

Os advogados do notório Roberto Jefferson já entraram com mais de dez petições para impugnar alguns passos do processo do mensalão, hoje sob a responsabilidade do ministro Joaquim Barbosa. O objetivo da chicana é um só: atrasar o processo. A cada impugnação, Barbosa é obrigado a levar os recursos ao plenário do STF, retardando o andamento da ação.

O campeão da chicana
Aliás, faça-se justiça, advogados de vários mensaleiros usam o mesmo ardil. Só que o campeoníssimo é mesmo Roberto Jefferson.

 

Com Paulo Celso Pereira