sexta-feira, janeiro 02, 2009

VEJA Recomenda


CINEMA

Divulgação
Bolt Supercão: confusão entre a ficção e a realidade

BOLT SUPERCÃO (Bolt, Estados Unidos, 2008. Desde sexta-feira em cartaz no país)

• A nova animação da Disney traz cenas que lembram os filmes de super-herói, inspiração desta comédia canina. O cão Bolt, ao lado da garota Penny, está envolvido na perigosa missão de acabar com o doutor Calico e seus gatos diabólicos. O detalhe é que os superpoderes e as grandiosas explosões são apenas ficção, parte do enredo de uma série de TV da qual Bolt é astro. O cãozinho, porém, tem a convicção de que tudo é muito real. Perdido por acidente em Nova York, Bolt enfrentará desafios de verdade, lutando para voltar para casa com os companheiros Mittens, uma gata esperta, e Rhino, o hamster.

LIVROS

PORNOGRAFIA, de Witold Gombrowicz (tradução de Tomasz Barcinski; Companhia das Letras; 208 páginas; 42 reais)

• No prólogo do livro, o polonês Gombrowicz (1904-1969) diz que tinha certos "romances baratos" em mente enquanto o escrevia. Parece uma sugestão de que o romance é, como o título anuncia, pornográfico. Mas a literatura de Gombrowicz, um dos mais originais escritores europeus de sua geração, é tudo – iconoclasta, desvairada, esquisita, muito engraçada –, menos barata. O sexo em Pornografia é sobretudo imaginário: o enredo centra-se nas peripécias de dois intelectuais que visitam uma propriedade rural na Polônia ocupada pelos nazistas, em 1943, e passam a fantasiar sobre as atividades de um casal de jovens provincianos.


Evan Agostini/AP
David Ignatius, autor de Rede de Mentiras: a tensão
do Oriente Médio em um thriller de espionagem

REDE DE MENTIRAS, de David Ignatius (tradução de Iva Sofia Gonçalves; Agir; 320 páginas; 44,90 reais)

• Colunista de política internacional do jornal The Washington Post, Ignatius valeu-se de seu conhecimento extenso das tensões do Oriente Médio para compor este thriller de espionagem – que deu origem ao filme com Leonardo DiCaprio e Russell Crowe. O herói da história é Roger Ferris, um dedicado agente da CIA. Ferido no Iraque, ele passa a atuar na Jordânia, onde dá caça a um terrorista conhecido como Suleiman, mentor de atentados com carros-bomba na Europa. Ferris traça um plano para se infiltrar no grupo de Suleiman e lançar um terrorista contra o outro – uma ação intricada que o põe em risco. Rede de Mentiras é uma leitura sob medida para as férias – rápida, envolvente e inteligente.

DISCOS

Byan Bedder/Getty Images
Cowboy Junkies: o mesmo repertório de um clássico dos anos 80, mas com convidados especiais

TRINITY REVISITED, Cowboy Junkies (Music Brokers)

Trinity Session foi um dos grandes discos da década de 80. Gravado durante uma noite na igreja Holy Trinity (Toronto), ele foi o cartão de visitas do Cowboy Junkies, uma banda de folk e country que tinha como destaque a vocalista Margo Timmins. Dois anos atrás, o Cowboy Junkies retornou à Holy Trinity para uma apresentação ao vivo, na qual regravou o repertório do disco, dessa vez acompanhado por convidados especiais como os cantores Ryan Adams e Natalie Merchant. Trinity Revisited tem momentos luminosos como o dueto de Margo e Natalie em Misguided Angel e uma versão psicodélica de Sweet Jane, cover do Velvet Underground.

Frank Driggs Collection/Getty Images
Miles Davis: destaque de uma coleção com obras-primas do jazz

ORIGINAL ALBUM CLASSICS, vários intérpretes (Sony/BMG)

Para quem deseja possuir uma boa coleção de discos de jazz sem gastar muito, esta série é uma excelente pedida. Original Album Classics traz cinco discos essenciais de cada artista em caixas com preço médio de 65 reais – e a lista vai de pioneiros como Duke Ellington ao fusion (a mistura de jazz com rock) do baixista Stanley Clarke. A caixa do trompetista Miles Davis é um destaque. Ela traz álbuns gravados nos anos 50, um dos períodos mais criativos de sua carreira. Está presente a obra-prima Round Midnight, que marcou a estreia do saxofonista John Coltrane no grupo de Davis. O pacote também contém dois discos em parceria com o maestro Gil Evans – Miles Ahead e Porgy & Bess.

Os mais vendidos em 2008

Livro de ficção mais vendido de 2008 – conforme se vê no ranking desta página, elaborado a partir de dados de editoras e livrarias –, A Menina que Roubava Livros, do australiano Markus Zusak, confirma uma tendência inaugurada com a série Harry Potter, de J.K. Rowling: o sucesso de livros juvenis que também conseguem conquistar leitores adultos (em 2007, o primeiro lugar na categoria foi Harry Potter e as Relíquias da Morte, com o livro de Zusak em quarto lugar). Um clássico infantil, aliás, também apareceu na lista, graças a uma nova edição e a um competente trabalho de marketing da editora: O Pequeno Príncipe, do francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944). Segundo lugar na lista de não-ficção de 2007, 1808, do jornalista Laurentino Gomes, chegou ao topo no ano passado – e o terceiro lugar, Uma Breve História do Mundo, do australiano Geoffrey Blainey, confirma o interesse do público por informação histórica. Em autoajuda e esoterismo, o pensamento positivo venceu de novo: O Segredo, de Rhonda Byrne (outra australiana), conquistou o primeiro lugar pelo segundo ano consecutivo. A força do espiritismo também se fez presente, com três livros da médium Zibia Gasparetto.

Publicidade