A situação dos candidatos a prefeito nas seis principais
capitais do país na batalha do segundo turno
Os prefeitos de onze capitais e outras dezenove cidades serão conhecidos até o fim deste domingo. Tais municípios reúnem 27 milhões de eleitores, que representam 20% do eleitorado nacional. Quem ganhar nessas cidades controlará os maiores orçamentos municipais e influirá mais na eleição de governadores e do presidente da República, em 2010. "Eles desenharão o panorama do próximo pleito", diz o sociólogo Antônio Lavareda. Nestas páginas, a situação dos candidatos que chegaram ao segundo turno em seis capitais.
São Paulo
Depois de superar a inexperiência em eleições majoritárias e o fogo amigo do tucano Geraldo Alckmin, o democrata Gilberto Kassab viu-se obrigado a enfrentar insinuações velhacas da petista Marta Suplicy e de seu marqueteiro, João Santana. Nada abalou sua trajetória ascendente. À frente de uma administração aprovada por 60% dos eleitores, ele é franco favorito à reeleição. Com Kassab reconduzido à prefeitura da maior e mais rica cidade do país, o governador José Serra ganhará um poderoso aliado para suas pretensões presidenciais.
Rio de Janeiro
Depois de uma ascensão vertiginosa no primeiro turno, o verde Fernando Gabeira perdeu fôlego para Eduardo Paes, do PMDB. Paes usou uma feroz – e nem sempre limpa – campanha negativa para avançar sobre o concorrente. O embate foi mais sangrento na Zona Oeste, a mais pobre do Rio. Gabeira perdeu votos nessa área ao chamar a vereadora Lucinha, a mais votada da cidade e sua aliada, de "analfabeta política, com uma visão suburbana". Na reta final, Paes conseguiu ainda sublinhar que o conhecimento de Gabeira sobre o Rio é falho. Às vésperas da disputa, ambos estão tecnicamente empatados.
Porto Alegre
O PT administrou a capital gaúcha por dezesseis anos, até cedê-la em 2004 a José Fogaça, hoje no PMDB. Depois de uma disputa acirrada contra outras candidatas de esquerda no primeiro turno, a petista Maria do Rosário chegou ao segundo em condições de ameaçar Fogaça, que concorre à reeleição. Desidratou-se um pouco, contudo, ao atacá-lo sistematicamente.
Salvador
A eleição na capital baiana é uma prévia da estadual em 2010. De um lado, está o governador petista Jaques Wagner, que faz campanha para seu correligionário Walter Pinheiro. De outro, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que quer comandar a Bahia e montou um amplíssimo arco de alianças para reeleger João Henrique, do PMDB.
Belém
A população da capital do Pará não tem para onde correr. O prefeito Duciomar Costa, do PTB, admite ter dois CPFs, foi condenado na Justiça por forjar um diploma de medicina para exercer a oftalmologia e é acusado de desviar dinheiro da Saúde. Costa tem um concorrente à altura. José Priante, do PMDB, afilhado do funesto Jader Barbalho, é acusado, entre outras coisas, de surrupiar recursos federais da Sudam.
Belo Horizonte
Apoiado pelo governador Aécio Neves, do PSDB, e pelo prefeito Fernando Pimentel, do PT, numa aliança que se vendia como um projeto de "conciliação nacional", Marcio Lacerda, do PSB, perdeu o favoritismo depois que Leonardo Quintão, do PMDB, impediu sua vitória no primeiro turno e chegou a abrir uma larga vantagem no segundo. Agora, Lacerda ressurge na frente. Mas o jogo ainda não parece perdido para Quintão.
Fotos Antonio Milena/AE; Mario Rodrigues; Alessandro Costa/AE; Wilton Junior/AE; Adriana Franciosi/Zero Hora; Wesley Santos/AE; Lúcio Távora/AE; Sebastião Bisneto/AE; Cristino Martins/O Liberal; Claudio Pinheiro/O Liberal; Alexandre Guzanshe/AE; Carlos Rhienck/Folha Imagem