sábado, janeiro 26, 2008

Ecologia

Ecologia na universidade

A oferta de cursos de pós-graduação em gestão ambiental aumentou nos últimos cinco anos, assim como a procura por eles. Especialistas de companhias que atuam nesse mercado indicam três cursos reconhecidos pela excelência do ensino e ex-alunos falam sobre o impacto que a especialização teve em sua carreira

Ricardo Fasanello


MBE — Pós-graduação em meio ambiente

Onde: coordenação dos programas de pós-graduação de engenharia (Coppe) da UFRJ, Rio de Janeiro

Preço: 15 000 reais

Diferencial: é o mais rápido dos três, com duração de um ano

Impacto na carreira: "Fui promovido ainda durante o curso. Aprendi questões específicas sobre meio ambiente e outras, mais genéricas, sobre administração. Eu as utilizo no meu trabalho diariamente" – Cristiano Duarte, 33 anos, engenheiro mecânico, coordenador de prevenção de acidentes da Petrobras

MBA Executivo em Gestão Ambiental

Onde: Fundação Getúlio Vargas, vários estados

Preço: 19 000 reais

Diferencial: o aluno pode optar por complementar o curso com um módulo internacional do MBA, oferecido em universidades americanas

Impacto na carreira: "O curso me deu formação em assuntos como legislação ambiental e gerenciamento de risco, que eu não dominava quando comecei a trabalhar com meio ambiente. Depois do MBA, fiquei mais dois anos na área e fui promovida em seguida" – Cassandra Avelar, 34 anos, engenheira de produção, coordenadora da fábrica de lubrificantes da Petróleo Ipiranga

MBA em Gestão e Tecnologias Ambientais

Onde: Escola Politécnica da USP, São Paulo

Preço: 19 000 reais

Diferencial: o aluno pode montar o curso de acordo com seus interesses, escolhendo catorze disciplinas entre as 29 oferecidas

Impacto na carreira: "Antes, trabalhava em um órgão estadual. Depois do MBA, comecei a prestar consultoria para o setor privado e hoje trabalho em uma empresa líder mundial no seu segmento" – Mauro Jaymes, 43 anos, biólogo, auditor do Bureau Veritas Certification

Corbis/Royalty Free

Natureza radical

Uma pesquisa realizada com 1 200 europeus entre 16 e 24 anos detectou uma nova categoria de jovens: os extremistas verdes. Eles já representam 25% de sua geração. Os critérios ecologicamente corretos norteiam não só seus hábitos de consumo, mas também sua vida pessoal. Algumas atitudes desses jovens em relação...

...aos pais

67% os ensinaram a reciclar o lixo

50% encorajam a compra de produtos ecologicamente corretos

...às amizades e ao namoro

33% não se tornariam amigos de alguém que não se importa com o meio ambiente

30% só aceitam namorar quem se interessa por questões ambientais

...aos hábitos de consumo

70% acham que os alimentos só deveriam ser embalados em material descartável

58% pagam mais por um alimento se tiverem certeza de que ele não prejudica o meio ambiente

13% acreditam que viagens de avião a lazer deveriam ser proibidas

Fonte: The Future Foundation

Especialistas consultados: Ivana Ribeiro (da BSH-Continental), Paula Zimet (da Electrolux), Paulo Vodianitskaia (da Whirpool), Petrobras, Raquel Diniz
(do Instituto Akatu), Ricardo Baitelo (do Greenpeace) e Zsolt Makray (Viva Equipamentos)

Com reportagem de Camila Pereira, Marcos Todeschini e Noelly Russo


As vantagens dos eletrodomésticos com selo verde


Monica Weinberg

Uma nova leva de eletrodomésticos chega ao mercado
com recursos para minimizar seus impactos nocivos
sobre o meio ambiente. Eles estão de acordo com
as novas regras divulgadas pelo governo neste mês:
até o fim do ano, produtos considerados ineficientes
no consumo de energia serão retirados das prateleiras.

A norma vale para refrigeradores, condicionadores de ar, freezers, fogões e fornos a gás. A iniciativa dos fabricantes de produzir aparelhos ecologicamente corretos também atende à demanda dos consumidores. De acordo com uma pesquisa do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, quatro em cada dez brasileiros estão dispostos a pagar mais por um produto com selo verde. A seguir, especialistas explicam o impacto de alguns eletrodomésticos na natureza e dão dicas para a escolha de produtos que poupam o meio ambiente.

Fotos Divulgação


Ar-condicionado

Por que agride o meio ambiente: os condicionadores de ar são responsáveis por até 25% do consumo total de energia de uma casa. Outro impacto negativo é que, para obter o resfriamento do ar, os aparelhos utilizam gases que aumentam o efeito estufa

O que procurar na compra:
capacidade de refrigeração adequada ao tamanho do ambiente em que o aparelho será instalado. Ela é medida pela unidade BTU/h, indicada na embalagem. A relação ideal é de 500 a 800 BTU/h por metro quadrado
recursos econômicos, como timers, para programar o desligamento automático, e sensores que ajustam a temperatura do aparelho de acordo com o número de pessoas no ambiente

Modelo sugerido: Ecobrisa EB20, da Viva. Seu processo de refrigeração usa água no lugar de gás e o aparelho economiza até 95% da energia consumida por um modelo tradicional. É recomendado para áreas de 10 a 20 metros quadrados e resfria o ambiente em até 10 graus. O aparelho tem o selo de recomendação do Greenpeace

Preço: 1 655 reais

Para usar com mais eficiência: a cada 2 graus celsius a mais no termostato, 300 quilos de CO2 deixam de ser despejados na atmosfera por ano – quantidade absorvida por 62 árvores no mesmo período. Lembre-se disso ao ajustar a temperatura do aparelho

Roberto Setton

Geladeira sempre na temperatura mínima, aparelhos desligados da tomada para não gastar energia no modo stand by. O fotógrafo Diego Gazola, de 26 anos, faz o que pode para minimizar o impacto de seus aparelhos domésticos no meio ambiente. Até abrir mão de alguns deles. "Para que comprar um aparelho de som ou um DVD se é possível assistir a filmes e ouvir música no computador?"

Máquina de lavar roupa

Por que agride o meio ambiente: além do gasto de energia, o aparelho consome grande quantidade de água. As lavadoras disponíveis no mercado gastam, em média, 145 litros a cada ciclo – 30% mais do que a necessidade diária de consumo por pessoa

O que procurar na compra:
volume de água por quilo de roupa lavada. Essa informação aparece sob o título "consumo específico" na etiqueta do Inmetro. As mais econômicas gastam menos de 15 litros por quilo

Modelo sugerido: Sexto Sentido, da Brastemp. Por meio de sensores que identificam a quantidade de roupa na máquina, a lavadora calcula o volume de água necessário para cada ciclo. Tem o selo Procel de eficiência energética

Preço: 3500 reais

Para usar com mais eficiência: reaproveite a água do último enxágüe para outras tarefas domésticas, como limpeza do chão ou do quintal. Em uma casa em que a máquina funciona três vezes por semana, é uma economia de 20 000 litros de água por ano – o equivalente a um caminhão-pipa

Refrigerador

Por que agride o meio ambiente: a geladeira e o freezer respondem por até 30% do consumo de energia em uma casa. Além disso, um gás que contribui em grande medida para o efeito estufa, o hidrofluorcarbono (HFC), é responsável pelo sistema de refrigeração da maioria dos aparelhos

O que procurar na compra:
refrigeradores que usem o gás isobutano. Ele substitui o HFC, com a vantagem de que sua contribuição para o efeito estufa e, conseqüentemente, para o aquecimento global é quase nula – no caso, 400 vezes menor do que a do HFC
recursos que ajudem a economizar energia, como sensores que diminuem automaticamente a potência do aparelho quando a geladeira fica mais vazia

Modelo sugerido: Bosch Space KDN49P – por enquanto, a fabricante é a única do mercado que utiliza o gás isobutano para refrigeração. Vendido como o primeiro refrigerador 100% ecológico, conta com o selo Procel

Preço: 2 700 reais

Para usar com mais eficiência: evite deixar a porta aberta por muito tempo. Cada vez que se abre a geladeira, o ar quente entra e seu motor precisa trabalhar mais (e consumir mais energia) para manter a temperatura baixa

Carimbos de eficiência

Dois certificados ajudam o consumidor a escolher aparelhos que gastam menos energia e, portanto, agridem menos o meio ambiente. Procure por eles na hora da compra

Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – Concedida pelo Inmetro, ela classifica o consumo de energia dos produtos em uma escala de eficiência que vai de A a G. No caso de um aparelho de ar-condicionado, por exemplo, um modelo da categoria A pode economizar até 54% de energia em relação a um da categoria E

Procel – Dos aparelhos etiquetados como A pelo Inmetro, alguns recebem ainda o selo Procel, conferido anualmente àqueles mais eficientes no consumo de energia, por categoria

O que vem por aí

A indústria de eletrônicos também investe em linhas de produtos mais ecológicos. Duas novidades recém-lançadas na Europa e nos Estados Unidos devem chegar em breve ao Brasil

Eco Flat TV (Philips)

A tela de cristal líquido, de alta definição, foi idealizada para economizar energia: entre outros recursos, um sensor ajusta automaticamente a luz de fundo do televisor de acordo com a iluminação ambiente. O gasto de energia cai pela metade em relação a modelos semelhantes. Embalagens e manuais são feitos de papel reciclado


Celular Evolve (Nokia)

Metade do material utilizado na fabricação do telefone é renovável. O carregador de bateria minimiza em mais de 90% o consumo de energia em relação a padrões já eficientes estabelecidos pelo governo americano