A PRESSA É INIMIGA DA DEMOCRACIA
por Paulo Moura, cientista político
Como o Brasil é o menos retardatário na corrida global pelo desenvolvimento e a complexidade do sistema social aqui é maior, a correlação de forças entre os coletivistas e os "capitalistas" locais não permite ao petismo pisar no acelerador. Um terceiro mandato para Lula mudaria tudo. Mas, para isso, é preciso remover obstáculos. O primeiro já foi removido; Lula chegou ao poder. O segundo também; Lula se reelegeu. O terceiro, idem. Na impossibilidade de destruir o Estado burguês pelo receituário leninista do assalto violento ao poder, os lulistas decidiram prostituí-lo. Isto é, compraram o apoio das oligarquias tradicionais, da "burguesia nacional" e do "proletariado", com o dinheiro dos impostos que a classe média e o povão pagam, pois, como se sabe, as empresas só repassam seus custos ao consumidor. E, convenhamos, um mercadinho nacional fechado e protegido da competição global bem satisfaz os temores do capitalismo mercantilista da burguesia local.
Mas, há uma pedra no meio do caminho. No meio do caminho há uma pedra. E o nome dela é? Senado Federal. Daí porque o comissário Berzoini defende sua extinção. Há uma instituição democrática no meio do caminho? No meio do caminho há uma instituição democrática? O que fazer? Acabar com o Senado, é simples...
(23.09 - 12h25)