segunda-feira, julho 02, 2007

O que diz o Baladaboa. O que diz Drauzio Varella

O que diz o Baladaboa. O que diz Drauzio Varella

O apoio do médico Drauzio Varella ao projeto Baldaboa chegou a ser anunciado. Era falso. O que ele pensa da droga está em seu site. Melhor ainda: o que ele SABE sobre a droga está em seu site. Quem PENSA SABER é o Baladaboa. Já que esse “povo” quer debate, não sou de fugir de uma “BRIGADA BOA”. Leiam, em vermelho, o que diz o Baladaboa e depois comparem com um trecho de um artigo de Drauzio a respeito:

ESCREVE O BALDABOA

O efeito do ecstasy varia conforme o organismo e as circunstâncias de uso. As reações a comprimidos idênticos podem ser diferentes para casa usuário e a cada circunstância de uso.

O MDMA [ecstasy] atua sobre vários neurotransmissores, principalmente sobre a serotorina. Em altas doses, pode provocar efeitos desagradáveis e tóxicos.

Ainda não há resultados conclusivos sobre sintomas psicológicos e sobre problemas cognitivos advindos do uso do ecstasy. Entretanto, há indícios de que o uso da droga esteja associado a sintomas de depressão e ansiedade e a prejuízos de memória e atenção. Há evidências de que tais alterações tenham relação direita com a extensão do uso do ecstasy, ou seja, quanto mais se consome, mais intensos os problemas conseqüentes

ESCREVE DRAUZIO
Trabalhos conduzidos em espécies tão diversas como camundongos, cachorros e macacos demonstraram que a administração de MDMA, de fato, estimula a produção de serotonina. Mas esse prazer tem um custo: a droga provoca a degeneração dos neurônios responsáveis pela produção desse neurotransmissor em virtualmente todas as espécies de animais testados.

Por causa dessa destruição progressiva de neurônios, o usuário crônico é obrigado a aumentar significativamente as doses para obter um efeito estimulador cada vez mais fraco e passageiro. Ela também explica os efeitos depressivos que se instalam no "dia seguinte": à síntese acelerada de serotonina artificialmente induzida pela MDMA na noite anterior segue-se a exaustão bioquímica do sistema de produção do neurotransmissor, com a conseqüente incapacidade de o usuário sentir os pequenos prazeres associados à rotina da condição humana.

Por outro lado, a observação empírica de que o uso de ecstasy pode provocar tremores nas mãos semelhantes aos dos pacientes com mal de Parkinson - doença que geralmente se instala em pessoas com mais de 60 anos como conseqüência da falta de produção de um neurotransmissor, a dopamina, em áreas do cérebro cruciais para o controle motor - levou um grupo de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, a avaliar a ação da MDMA sobre os neurônios envolvidos no circuito de produção e utilização desse outro neurotransmissor.

Cinco macacos de uma espécie conhecida como macaco-esquilo (Saimiri sciureus) foram tratados com três doses sucessivas de MDMA, administradas com intervalo de três horas, num esquema semelhante à média ingerida pelos consumidores típicos numa festa rave. Dos cinco, três toleraram aparentemente bem todas as doses administradas. O quarto começou a ter dificuldades motoras depois da segunda dose e foi poupado da terceira. O quinto macaco apresentou febre acima de 41 graus e morreu de hipertermia. Várias mortes desse tipo foram descritas em seres humanos.

Por duas semanas, e seis semanas depois de receber a droga, os quatro macacos sobreviventes foram submetidos a uma bateria de exames para avaliar a integridade dos circuitos cerebrais ligados à produção de serotonina e de dopamina. Os exames não só evidenciaram a já conhecida perda de neurônios responsáveis pela produção e utilização de serotonina como uma surpreendente destruição, mais pronunciada ainda, da circuitaria de neurônios associada à dopamina.

Para confirmar os resultados, o grupo de neurocientistas repetiu o experimento em cinco macacos de outra espécie (babuínos). Como no caso anterior, um deles morreu de hipertermia e outro suportou apenas duas doses. Os sobreviventes testados duas e oito semanas depois do tratamento mostraram deficiência moderada de serotonina e destruição maciça de neurônios associados ao sistema mediado pela dopamina tanto nos animais que receberam três quanto no que recebeu apenas duas doses.

A demonstração de neurotoxicidade grave e persistente em animais primatas como nós, que receberam doses de MDMA semelhantes à do consumidor médio numa noite de festa, tem implicações importantíssimas em saúde pública. A ação da droga sobre o sistema dopaminérgico, pelo menos em parte, pode explicar as anormalidades cognitivas fartamente documentadas em usuários de ecstasy: déficit de atenção, perda de memória, dificuldade de aprendizado e sensação de alheamento, além de quadros de depressão crônica.

Se, ao lado das mortes por hipertermia, o uso de apenas dois ou três comprimidos numa noite já é suficiente para provocar lesões cerebrais irreversíveis, que conduzem à perversão das sensações de prazer e ao descontrole motor em macacos com mais de 90% de identidade genética com o homem, essa é uma droga perigosa.

A degeneração de neurônios provocada por ela, associada ao decréscimo fisiológico da produção de dopamina que ocorre com a idade, pode facilitar a instalação do mal de Parkinson e de outras doenças neuropsiquiátricas em adultos mais jovens.Os adolescentes que ainda não experimentaram ecstasy e os seus usuários devem ser avisados de que essa não é uma viagem inocente.


Voltei

Atenção: estamos falando de uma droga que causa LESÕES IRREVERSÍVEIS. Para tanto, é preciso que seja consumida em excesso, como sugere o Baladaboa??? Não!!! BASTAM DOIS OU TRÊS COMPRIMIDOS. Drauzio Varella é articulista da Folha, como deve saber Laura Capriglione.