A se acreditar na Justiça e na Polícia Federal, Lula está sendo muito injusto e malvado com seu fiel amigo Freud Godoy, que foi inocentado oficialmente de qualquer participação na lambança do dossiê -mas mesmo assim perdeu o emprego. Afinal, o que fez Freud para ter que abandonar correndo sua sala no Planalto? Só porque atendeu alguns telefonemas de amigos aloprados? O que o impede de voltar, aplaudido, à sala de onde nunca deveria ter saído? Bem que Lula avisou: "Não vão encontrar nada com esse menino". Então por que não devolve o seu emprego? O homem precisa trabalhar. Por muito menos, meros seis dias em cana, sem perder seu emprego de dirigente sindical, Lula mereceu uma bolsa-ditadura perpétua. Ao pobre Freud, para escapar do desemprego e da fome, só resta labutar em sua firma de segurança em vez de continuar servindo Lula e o país. Isso não se faz com um companheiro inocente. O senador Collor é outro injustiçado. Está reivindicando um gabinete do tamanho do de Sarney no Senado, alegando sua condição de também ex-presidente. Até mesmo pelo critério de planos econômicos ruinosos as duas Presidências se nivelam. Mas, em termos de representatividade, a pequena Alagoas, de Deodoro, Floriano e Djavan, tem mais peso do que, com todo respeito, o remoto Amapá. Então por que discriminar o pobre Collor? Mais do que São Paulo ou Rio de Janeiro, os dois Estados precisam dos maiores gabinetes do Senado para atender aos interesses de sua gente. Se Lula não fosse tão ingrato, daria uma presidência de estatal a algum deputado do PP pernambucano para que o fiel aliado Severino Cavalcanti, atual primeiro suplente, volte triunfalmente à Câmara para continuar servindo o governo. Anistia para Dirceu, já! |