O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, disse ontem que seria prudente se houvesse um segundo turno na disputa pelo Palácio do Planalto. De acordo com Busato, até lá poderiam ser esclarecidas as circunstâncias do dossiê Vedoin. O presidente da OAB afirmou ainda que a entidade poderá analisar novamente no próximo ano uma proposta de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Um segundo turno seria bastante prudente para toda a sociedade. Primeiro, porque traria tempo para se esclarecer toda essa situação. Segundo, porque obrigaria uma tomada de compromissos com todos os segmentos políticos brasileiros por parte dos dois candidatos que tivessem a melhor condição no primeiro turno", afirmou o presidente da OAB.
Sobre o pedido de impeachment de Lula, Busato afirmou que ele poderá ser reexaminado pela OAB no próximo ano. "Se houver clima para tanto, em face de algumas evidências que possam ser encontradas ou um grande debate dentro da instituição, isso (o pedido de impeachment) pode voltar à tona", disse Busato.
Em maio deste ano, a entidade decidiu não pedir o impeachment do presidente Lula.
"USO ILEGAL"
Busato classificou como difícil a situação vivida pelo presidente. "É uma situação difícil, em que o próprio presidente se vê envolvido por atos de pessoas a ele ligadas, ligadas ao Palácio do Planalto. Esse é um quadro que, realmente, não se esperava para o final da campanha para o primeiro turno." Para o presidente da OAB, está claro que, independentemente de sua origem, o dinheiro do dossiê Vedoin foi usado de forma indevida. "Atrás desse dinheiro, venha de onde vier, qual seja a sua origem, se for moeda estrangeira ou nacional, evidentemente que teve um uso ilegítimo, ilegal. Portanto, a origem, a forma como foi conseguida fica superada pelo objeto ilícito para o qual estava sendo usado", disse Busato. |